O novo superintendente da Polícia Federal (PF) em Roraima, delegado José Maria Fonseca, afirmou ontem (8), em entrevista coletiva, ter conhecimento de que os líderes do movimento de resistência à retirada de não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol “estão buscando assassinos pagos, em Manaus e na Venezuela, para atuar na região.”
Fonseca disse que não acredita “em nenhum incentivo do governo venezuelano” ao grupo encabeçado pelos arrozeiros. Há rumores de que militares do país vizinho tenham se juntado à base montada na Vila Surumu. Segundo o delegado, as táticas de guerrilha adotadas pelos resistentes, que incluem a fabricação de bombas caseiras, indicam que eles foram alvo de preparação especial: “Com toda certeza, estão sendo treinados.”
A lado do delegado Fernando Segóvia, coordenador geral da Operação Upatakon 3, Fonseca não confirmou o prazo de 48 horas para deflagrar a ofensiva, conforme dito pelo governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, mas salientou que “ a coordenação está pronta para ser desencadeada”, condicionada apenas ao esgotamento das tentativas de negociação para um saída pacífica.
A Polícia Federal informou ainda que um homem preso com uma bomba segunda-feira (7), durante manifestações em Pacaraima, confessou ter recebido de um fazendeiro da região a incumbência de detonar o explosivo, em troca de emprego e dinheiro. O nome do fazendeiro será mantido em sigilo enquanto não forem concluídas investigações.
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Agência Brasil, 08/04/2008)