O governo chileno estuda decretar uma moratória permanente de caça às baleias, seja com fins comerciais ou científicos, em todo o território marítimo, até as 200 milhas náuticas da costa chilena, incluindo a área insular e a Antártida. A informação foi confirmada pela subsecretária da Marinha, Carolina Echeverría, que explicou que a eventual declaração de um santuário baleeiro é uma nova possibilidade e precisa de estudos urgentes.
No Chile vigora um veto extrativo que ocasionou um importante aumento do número de baleias na região, que passaram de 115 em 2005 a 687 em 2007, segundo registros da direção de território marítimo da Marinha. Segundo o projeto em estudo, a moratória permanente entrará em vigor antes da reunião da Comissão Baleeira Internacional, que ocorrerá em Santiago entre os dias 23 e 27 de junho, com a participação de representantes de 78 países.
"Há grandes probabilidades de que seja anunciado" o decreto de moratória permanente, disse a subsecretária. "Não temos perspectivas para mudar as variáveis. Creio que cada vez mais vamos avançar no diálogo, mas há passos prévios", declarou ao jornal "El Mercurio".
A subsecretária da Marinha advertiu, porém, que para a criação de um santuário baleeiro "é preciso revisar acordos internacionais de navegação, impactos na produção e em outras áreas". "Há acordos da Defesa com outros países e há o Plano Antártico que implica articular outros aspectos", acrescentou.
O Centro de Conservação Cetácea, junto com o Greenpeace e a ministra do Meio Ambiente, Ana Lya Uriarte, inauguraram na segunda-feira (7) uma exposição em frente ao palácio de La Moneda, sede do governo, para sensibilizar a população sobre a proteção às baleias. A exposição inclui fotos e uma baleia inflável de 35 metros de largura que ilustra a caça à essa espécie.
(Ansa, Folha Online, 08/04/2008)