O Projeto Organics Brasil divulga estudo inédito com mapeamento da área brasileira de produção orgânica. O objetivo, que contou com a participação das certificadoras, é obter o número oficial de áreas agricultáveis e de extrativismo certificadas com acreditação internacional e com rastreabilidade segundo os atributos exigidos pelo mercado internacional.
Em 2007, o Projeto iniciou o mapeamento com o apoio das certificadoras IMO, IBD, Ecocert e BCS, todas acreditadas no mercado internacional e instaladas no país.
O resultado mostra que existem 932.120 hectares de área de produção certificada e acreditada no mercado internacional para produtos orgânicos e 6.182.180 hectares de produção de produtos de base extrativista.
As áreas consideradas de base extrativista, por convenção, são designadas como área de 500.000 hectares onde se produz até 5.000 ton de produtos exportáveis.
Ming Liu, gerente do Projeto Organics Brasil, analisa esses números junto com as certificadoras: “as áreas com maiores projetos certificados são as regiões Norte e Centro-Oeste, onde os principais produtos são: grãos, frutas regionais, sementes e castanhas, além de produtos já internacionalmente conhecidos como: açaí, palmito e castanhas. Não foram considerados os projetos com produtos processados, que tem maior valor agregado porque este mapeamento está limitado ao fornecimento de informações das empresas, e dessa forma, vê-se no levantamento uma concentração muito baixa de área certificada nas regiões sul e sudeste, onde estão concentradas essas empresas”.
Neste levantamento inédito, as áreas de base extrativista de maior significado são as regiões centro-oeste e norte, onde se concentram os produtos reconhecidamente como originários do Brasil, como: óleos de sementes da região do Amazonas - com aplicação em alimentos e cosméticos; castanhas para indústria de biscoitos e barras de cereais; frutas para sucos - in natura e outras aplicações; além de novos produtos que estão em estudos para o mercado de produtos naturais.
“Este levantamento é composto por dados fornecidos pelas certificadoras dos processos de acreditação realizados no país, com as atribuições aceitas apenas no mercado externo, e não necessariamente no mercado brasileiro. Por isso, neste trabalho, foram considerados apenas os projetos com acreditação e certificação internacional já aprovada. Da mesma forma que todas as áreas levantadas neste estudo, certificadas ao mercado externo, não implica que toda a sua produção seja destinada à exportação. Pelos critérios e parâmetros desse estudo com as certificadoras, é preciso esclarecer que os números do mercado interno ainda estão limitados aos critérios do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, esclarece Ming Liu, gerente do Projeto Organics Brasil.
(O Dia, 07/04/2008)