Uma sentença da Segunda Vara Federal de Brasília, proferida na semana passada pelo juiz Marcos Augusto de Souza, promete jogar mais lenha na fogueira da disputa entre os produtores de pneus e as empresas que trabalham com a reforma do produto. Ao suspender a resolução 158 de 2004 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a sentença judicial permite novamente a utilização de pneus reformados por motos no País.
Disputa antigaO episódio representa mais um dos vários rounds já travados entre reformadores, como a Pneuback, e as grandes fabricantes do setor, como a Michelin, Goodyear e Bridgestone. Há pelo menos 10 anos os dois grupos travam uma guerra econômica com base em argumentos ambientais. A intenção dos fabricantes é proibir a importação de carcaças de quaisquer tipos de pneumáticos, ao argumentar que, além de inseguros, demandam a importação de resíduos de borracha descartados de outros países.
Já os reformadores dizem que, ao contrário de representar qualquer passivo ambiental, a reforma de pneus reduz os danos provocados pelo descarte dos produtos usados. E que os Estados Unidos e os países da Europa permitem não só o uso de pneus reformados, como também a importação do produto.
(Gazeta Mercantil,
FGV, 07/04/2008)