(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
passivos da energia atômica
2008-04-08

Uma guerra nuclear localizada entre o Paquistão e a Índia pode criar um buraco no ozono a nível mundial, que teria um enorme impacto na vida na Terra. Esta é a conclusão geral de um estudo norte-americano que faz a projecção do efeito da explosão que 100 bombas de Hiroxima teriam na atmosfera da Terra, se os dois países entrassem em conflito.

“Iríamos assistir a uma queda dos níveis de ozono, que persistiria por muitos anos”, declarou Michael Mills, num comunicado de imprensa da Universidade do Colorado, em Boulder. O primeiro autor do artigo que saiu ontem na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences adverte que, a latitudes médias, a redução da camada de ozono rondaria os 40 por cento. “Isto poderia ter efeitos enormes na saúde humana e nos ecossistemas terrestres, aquáticos e marinhos.”

Segundo os autores, o problema reside na fuligem. Se o Paquistão e a Índia iniciassem uma guerra nuclear privada em que cada um lançasse 50 bombas iguais à de Hiroxima, os incêndios produzidos iriam gerar grandes quantidades de fuligem. Cerca de cinco milhões de toneladas subiriam para a atmosfera, e grande parte iria acumular-se na estratosfera, entre 17 e 50 quilómetros de altitude.

É nesta região que a camada de ozono se situa, e que absorve a maioria da radiação ultravioleta (UV), protegendo a Terra. Aqui, a fuligem iria absorver uma quantidade de radiação que resultava no aumento de temperatura capaz de destruir as moléculas de ozono.

Cancro da pele aumentaria
As consequências seriam radicais: passados cinco anos do começo das explosões, à latitude de Lisboa, no Hemisfério Norte, a camada de ozono iria sofrer uma redução compreendida entre os 25 e os 40 por cento. No Pólo Norte a redução seria de 50 a 70 por cento. O equador sentiria menos os efeitos das explosões e recuperaria mais rapidamente.

Com menos ozono, a radiação UV que atravessaria a atmosfera seria muito maior. Em Portugal, o número de cancros de pele poderia aumentar cerca de 200 por cento. As plantas seriam menos capazes de realizar a fotossíntese e os ecossistemas ficariam comprometidos. Só ao final de dez anos é que o ozono começaria a recuperar.

A equipa utilizou conjuntos de processadores para gerarem três simulações do efeito que uma guerra nuclear local teria na atmosfera, ao longo de dez anos.

“A grande surpresa é que um conflito regional, em pequena escala, é capaz de desencadear uma perda de ozono maior do que os efeitos previstos numa guerra nuclear à escala mundial”, afirmou Brian Toon, segundo autor do artigo, que trabalha com Mills.

Nos anos 80, os estudos sobre as consequências de uma guerra nuclear total ficavam aquém destes. “Esses modelos não levavam em conta a subida de fuligem para a estratosfera e o subsequente aumento da temperatura”, diz Toon.

Segundo o investigador, o arsenal que se utilizaria para esta guerra seria menos de 0,1 por cento de todas as bombas nucleares que existem. “O mundo tornou-se num local muito mais perigoso, quando as acções de dois países no outro canto do mundo podem ter um impacto tão dramático no planeta”, afirma Toon.


(Por Nicolau Ferreira, Ecosfera, 08/04/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -