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dengue
2008-04-08

Um dos motivos é o fato de as crianças serem mais frágeis à doença e poderem multiplicar conhecimentos

Caxias do Sul - Entre aulas de matemática e português, a dengue virou assunto obrigatório nas escolas do município. Desde o início do ano letivo, a comunidade escolar vem se mobilizando para estimular estudantes no combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença. Dentro de uma semana, a Secretaria da Saúde desencadeará uma série de ações preventivas em todos os colégios. A campanha se justifica por dois motivos: as crianças são as vítimas mais frágeis e têm potencial de se tornarem adultos conscientes do problema. Em 2008, oito pessoas da Serra contraíram a dengue em outros estados do país.

A pedido das escolas, a Vigilância Ambiental realizou algumas palestras neste ano. Dois profissionais foram designados para detalhar aos alunos as formas de transmissão do vírus e como combater o mosquito. A partir de 14 de abril, a campanha será mais intensiva com o objetivo de atingir todos os estudantes da cidade. Haverá distribuição de panfletos e adesivos e explicações em aula.

- Vamos abordar o assunto mostrando o que está acontecendo agora. Como são crianças, usaremos um mascote para a chamar a atenção - diz a coordenadora da Vigilância Ambiental, Soeli Matos.

Apesar da proximidade dos meses mais frios, a estratégia é estender a campanha durante todo o ano. Conforme Soeli, de junho a agosto o ciclo do inseto diminui, mas o risco cresce a partir de setembro, quando o calor e as chuvas aumentam.

- Estamos discutindo a possibilidade de um programa permanente nas escolas. Por enquanto, vamos manter o alerta - destaca Soeli.

De acordo com Teresinha Manica Salvador, assessora pedagógica da área de ciências, ela e outra representante da Secretaria Municipal de Educação (Smed) participarão amanhã de uma reunião com o grupo de combate à dengue para definir as metas. Em Caxias, existem cerca de 164 escolas municipais, estaduais e particulares.

- É uma idéia que está amadurecendo e vamos debater outras possibilidades de prevenção a partir das escolas - diz Teresinha.

Dengue na região
Desde o início do ano, a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde recebeu 20 notificações sobre pacientes com suspeita de dengue. Desse total, oito casos foram confirmados e outros 12 aguardam resultados de exames laboratoriais. Todos os infectados foram contaminados quando passaram por cidades do Rio de Janeiro, Tocantins, Pará e Amazonas. Segundo a 5ª CRS, os casos não estão relacionados aos sintomas de dengue hemorrágica, o tipo mais grave da doença.

Diagnóstico da dengue
Cidade/ Quantidade
Caxias do Sul: 1
Bom Princípio: 1
Garibaldi: 1
Gramado: 1
Flores da Cunha: 2
Nova Petrópolis: 2
fonte: 5ª Coordenadoria Regional da Saúde

Dúvidas frequentes 
- É possível pegar dengue de uma pessoa doente?

Em hipótese alguma. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia.

- A doença é transmitida por copos, roupas e objetos?
Não, apenas pela picada do mosquito.

- Todo mundo que é picado fica doente?
Não. Primeiro é preciso que o mosquito esteja contaminado com o vírus (ter picado antes uma pessoa infectada). Além disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquito com o vírus não apresenta qualquer sintoma.

- Quanto tempo depois de a pessoa ser picada aparece a doença?
Se o mosquito estiver infectado, o período de incubação varia de três a 15 dias, sendo que, em média, a doença se manifesta no quinto ou sexto dia.

- Quais são os sintomas?
Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e coceira. Pode ocorrer, às vezes, algum sangramento (em geral, no nariz ou gengivas).

Focos na Serra
Desde o início do ano, nenhum foco do mosquito transmissor da doença foi detectado na região. A exceção é Farroupilha, que encontrou recentemente larvas do Aedes aegypti em uma armadilha na RS-122. Os agentes vistoriaram a área em um raio de 300 metros, mas nada mais foi localizado.

(Por Adriano Duarte, Pioneiro, 08/04/2008)


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