Há mais de 20 anos, a técnica em enfermagem Edivaine Pinheiro, 46 anos, foi morar com a família na Rua Marfiza Franco Rosa, na Tancredo Neves. Naquela época, ela jamais imaginava que, mesmo havendo uma caixa de água de 500 mil litros do outro lado da rua, as torneiras de sua casa viveriam secas. Depois de anos de sofrimento, recolhendo água em baldes e garrafas plásticas para ter como lavar roupas, limpar a casa e fazer comida, Edivaine não acredita que o problema esteja perto do fim.
- Toda vez que há uma obra no Parque Pinheiro, na Vila Rossi, na Venâncio, nós ficamos sem água. Eu ainda duvido que a situação vai mudar sem que todos os canos sejam trocados - afirma a técnica.
Mesmo reticente, Edivaine tem colaborado com a Corsan. Ela trocou o hidrômetro velho e passou por uma experiência um pouco diferente dos outros moradores da rua. Na casa da técnica em enfermagem, foi instalado um aparelho que, durante vários dias, mediu a pressão da água. A intenção era descobrir o motivo pelo qual os moradores vivem de torneiras secas.
- Faz uns 15 dias que não falta água. Mas isso é normal. Passa um tempo assim, depois começa a faltar de novo - lamenta.
Quando soube que a Corsan pretende trocar a válvula que controla a distribuição de água para a Zona Oeste, ela ficou feliz, mas...
- A gente já ouviu muitas promessas durante esse tempo todo.
(Diário de Santa Maria, 08/04/2008)