Hoje (07/04), no Dia Mundial da Saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção para os efeitos que as mudanças climáticas podem ter sobre a saúde pública. O temor da organização é que doenças tipicamente tropicais, como malária e dengue, cheguem a países do Norte, que a seca cause desnutrição, e também que a poluição do ar aumente o número de pessoas com problemas respiratórios.
"A mudança climática está afetando já a saúde das pessoas em países ao redor do mundo, e o consenso é que esses efeitos só tendem a serem intensificados", disse a diretora da Organização Pan-americana de Saúde (OPS), Dra. Mirta Roses Periago. Com o tema de campanha este ano "Protegendo a saúde frente às mudanças climáticas’", a OMS alerta que as mudanças climáticas não forem combatidas, o abastecimento de comida e água em todo o mundo estará em risco. Em comunicado de imprensa, OPS disse que o mais provável é que os maiores afetados sejam as populações mais pobres.
Os idosos, os recém-nascidos, as pessoas que necessitam de cuidados médicos e as populações de comunidades isoladas e sem recursos integram ainda a lista dos mais vulneráveis frente às mudanças climáticas. Moradores de pequenas ilhas-nações, das regiões costeiras estão mais suscetíveis aos efeitos do clima, assim com em países onde as doenças sensíveis ao clima já são endêmicas.
A OMS entende a mudança climática como uma ameaça crescente à saúde, por isso é necessário aumentar a atenção e tomar ações de proteção da saúde por meio de medidas de prevenção em nível global, regional e local.
"Já não podemos esperar para atuar, a mudança climática ameaça a saúde humana de formas diversas e extensas", disse a Dra. Roses. Além ter aumentar o risco de escassez de água e alimentos, a mudança eleva os riscos de contaminação deles. "De uma perspectiva mais geral, a mudança climática pode alterar os ecossistemas de forma que podem impactar fortemente sobre o bem-estar humano e, inclusive, sobre a sobrevivência", disse a OPS, no comunicado.
A OMS elaborou propostas uma lista de medidas simples, que se implementada por todos, diminuirá a emissão de gás carbônico para o meio-ambiente, como: utilize adequadamente a água de uso doméstico, caminhe, use bicicleta, transporte coletivo e público, evite viagens curtas de carro, baixe a calefação, reduza o ar-condicionado, apague as luzes quando não as necessite, entre outras.
Além dessas medidas, para a OMS é importante a colaboração entre o setor de saúde e outros setores para assegurar a solidez de políticas sobre mudança climática e bem-estar humano que estejam baseadas na evidência. "Depois será difícil reverter os impactos sobre a saúde da mudança climática", disse a Dra. Roses. "O que fazemos agora ajudará muito mais, e, certamente, determinará em boa medida a saúde de todas as gerações futuras".
(Adital, 07/04/2008)