Porto Alegre tem 1,3 milhão de habitantes, é uma cidade de porte médio, mas é também o grande imã da região metropolitana, cuja população é agora de 3,5 milhões de habitantes. Em Porto Alegre existem 600 mil carros. Os problemas de trânsito não são dramáticos na Capital do RS, mas a zona mais central, localizada no vértice de uma pirâmide cercada pelo rio Guaíba, não pode mais suportar o tráfego pesado que enfrenta todos os dias.
As saídas têm tudo a ver com o transporte de massa. O metrô de superfície, o Trensurb, que aliviou a saída e a entrada para o braço mais populoso da região metropolitana, poderá buscar nova alternativa desde o centro, mas as propostas em discussão só vão para a discussão em épocas de eleições.
“A mais rápida e eficiente opção são os Portais da Cidade, localizados nas estações Cairu, Açorianos e Azenha”, disse ao editor desta página o secretário de Logística de Transportes, o engenheiro Luiz Afonso Senna. Os Portais cortarão quase pela metade (40%) as 33 mil viagens de ônibus que são feitas diariamente para a zona central. A idéia é investir R$ 300 milhões no empreendimento. 120 ônibus articulados farão o trajeto de ida e volta, em corredores expressos, para conduzir a população que demanda ao centro e que irá até um dos três Portais. Cada Portal será um verdadeiro shopping com ponto de transbordo.
E o dinheiro para tudo isto?
“PPP, que já tem lei e regulamentação próprias em Porto Alegre”, avisou o secretário Senna. Neste momento ocorre a formatação final do projeto, inclusive a parte que trata do Fundo Garantidor. Todo esse serviço estará concluído dentro de tres meses. O custo desse serviço, US$ 500 mil, é pago a fundo perdido pelo BID.
O BID quer replicar os Portais da Cidade para cidades de porte médio do mundo todo. Há duas semanas, o secretário Luiz Afonso Senna, que é engenheiro com mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de professor visitante em Oxford antes de assumir o cargo no governo Fogaça, falou sobre a proposta em Atlanta, a convite da ONU.
(Políbio Braga, 06/04/2008)