Os setores de petróleo e gás, transportes, aviação, turismo, serviços de saúde e financeiro são os mais vulneráveis e menos preparados para lidar com os riscos trazidos pelo aquecimento global. A conclusão é da empresa de consultoria KPMG, que acaba de concluir um estudo internacional, ainda inédito no Brasil, sobre como as mudanças climáticas afetam os negócios das empresas.
A pesquisa, intitulada "Climate Change: Your Business" (Mudança Climática: Seu Negócio), analisou 18 setores da economia global e sua atuação nos cinco continentes, com base em relatórios setoriais e de empresas de todo o mundo, além de pareceres de 11 especialistas em economia e mudanças climáticas. O levantamento mostra que em apenas 30% dos relatórios as mudanças climáticas são descritas como um risco que já faz parte do dia-a-dia dos negócios e que pode levar a perdas financeiras. "A maioria dos relatórios mostra que os setores estão apenas mencionando que a mudança climática pode afetar seus negócios. Ou seja, não estão fazendo as contas de quanto isso vai custar", diz Alexandre Heinermann, responsável pela área de sustentabilidade da KPMG do Brasil.
Os pesquisadores da KPMG dividiram os setores da economia em três grupos de risco. Além dos seis setores mais vulneráveis - que estão naquela que a KPMG chama de "Zona de Perigo"-, outros nove setores estão no "Meio do Caminho": indústria automobilística, construção, seguros e resseguros, imobiliário, manufaturas, mineração e metalurgia, farmacêutico, varejo e infra-estrutura. Ou seja, eles estão expostos a riscos, mas têm tomado medidas para lidar com os impactos das mudanças climáticas em seus negócios. Na chamada "Zona de Segurança", dos setores mais bem preparados para lidar com a questão, estão telecomunicações, químico e alimentos e bebidas.
O relatório da KPMG não faz menção direta à economia brasileira. Mas muitos bancos já fazem análise de risco socioambiental antes de conceder empréstimo a empresas.
(Carbono Brasil, 05/04/2008)