Neste sábado (05/4) representantes da população que participam do Fórum das Entidades e vereadores de Porto Alegre fazem um roteiro de barco pelo lago Guaíba para verificar os níveis de poluição em pontos de coleta de água pelo Dmae e o impacto que novos empreendimentos imobiliários na Zona Sul provocarão no meio ambiente.
O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Israel Barcelos de Abreu, com doutorado em Barcelona e estudioso da poluição do Lago Guaíba, mostra os principais pontos de captação, o desequilíbrio ecológico, custos para tornar a água potável e soluções. Ele também destaca a necessidade de garantir o desenvolvimento sustentável: os novos empreendimentos próximos ao Guaíba - como o Barrashopping, Pontal do Estaleiro, projeto Gigante Para Sempre e ampliação do Shopping Praia de Belas – vão aumentar a poluição. É preciso adotar medidas para evitar o desequilíbrio ambiental.
A inspeção é uma iniciativa da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidida pela vereadora Neuza Canabarro, que também coordena o Fórum das Entidades, instância responsável pela análise e proposta de emendas ao projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental que será votado este ano pelo Legislativo da Capital. A medida visa alertar para a gravidade do problema: Nosso objetivo é chamar a atenção para a necessidade de crescer com responsabilidade preservando a natureza e garantindo a sobrevivência e qualidade de vida de nossos filhos e netos.
Roteiro
O barco Cisne Branco sai às 9 horas do dia 5 de abril, sábado, do portão central do Cais do Porto. A seguir, costeia o Guaíba em direção à nascente do Rio Gravataí, passando pelos armazéns do Cais do Porto para verificar os pontos de coleta de água das hidráulicas Moinhos de Vento e São João, próximas ao despejo de esgoto cloacal sem tratamento. O trajeto continua até a foz do Gravataí, um dos afluentes mais poluídos do Guaíba, receptor de esgotos sem tratamento e dejetos de indústrias que contaminam a água com metais pesados causadores de câncer e outras doenças. Na seqüência, faz o caminho de volta até a foz do Arroio Dilúvio onde 37 serviços de saúde - entre eles quatro grandes hospitais Ernesto Dornelles, PUC, Clínicas e Petrópolis- despejam o esgoto in natura. Esses dejetos com bactérias e antibióticos deságuam no Guaíba num local próximo ao ponto de captação de água da hidráulica Menino Deus. A viagem continua até o ponto de coleta de água da Tristeza que também fica perto do local de despejo de esgoto.
Atenção: A viagem terá duração de quatro horas. Quem quiser, pode acompanhar parte dela. A primeira etapa acontece das 9 às 11 horas. O barco faz uma parada para quem quiser descer ou subir e acompanhar a segunda etapa que termina às 13 horas e 40 minutos.
(Texto recebido por e-mail de Agnese Schifino, 04/04/2008)