Entidade vai providenciar a compra do material para a construção do local
O Conselho de Missão Entre Índios (Comin), vinculado à Igreja Luterana, vai providenciar a compra do material para construção da escola para os índios caingangues. A assistente social Marinez Garlet diz que o Conselho, que trabalha a implementação dos direitos e políticas públicas, acompanhou todo processo de transferência de endereço dos caingangues. ‘‘Em relação à escola, chamamos o Estado e o Município. Não é nossa função comprar material para construir a escola, mas eles estão há 30 dias sem aula. Nesta quinta-feira (hoje) vamos providenciar o material’’, afirma Marinez. A sala será provisória. A definitiva vai depender do Estado. ‘‘Vamos solucionar o problema emergencialmente’’, diz a assistente social.
O cacique Darci Rodrigues Fortes conta que fez um orçamento para compra de madeiras e telhas e que R$ 1,5 mil são suficientes. Representantes da Secretaria Municipal de Educação estiveram na aldeia na terça-feira, se propuseram a providenciar o espaço, mas sem se comprometer com prazos ou datas. ‘‘Nossa preocupação é com a educação dos nossos filhos’’, diz Fortes. Os índios aceitam doação de livros de 1.ª a 4.ª séries e materiais como lápis, borracha e cadernos. Dicionários também fazem falta. Os dois professores que lecionam dentro da aldeia para as 35 crianças são contratados pelo Estado. Com a escola em funcionamento, recebem recursos para a merenda, por isso o cacique também pede doação de um fogão para preparar a merenda.
Recuperação
A professora Rosalina Aires de Paula afirma que os 30 dias sem aula deverão ser recuperados. ‘‘Precisamos fechar o livro de presenças no final do ano e ficará cada vez mais difícil recuperar o tempo perdido’’, lamenta a professora. Rosalina diz que o Município ajudou os índios doando a área de terra na Estrada do Quilombo. Ela conta que a sala que servia de escola no antigo endereço, no bairro São Miguel, foi furtada durante a mudança. ‘‘Trouxemos parte das casas num dia e no outro dia, quando fomos buscar a escola, não havia mais nada.’’
A Feevale também mantém um trabalho junto à aldeia. Professores devem começar a dar aulas de reforço para os caingangues que concluíram o Ensino Médio e vão se preparar para ingressar na faculdade.
(Jornal VS, 03/04/2008)