Após os protestos em frente à Assembléia Legislativa de Roraima, mais de cem manifestantes seguiram para um restaurante no centro de Boa Vista e não pagaram o almoço. Eles mandaram colocar na conta do presidente da República os R$ 2.320 gastos com a refeição.
"Se ele tem R$ 2 milhões para gastar na Operação Upatakon 3, tem para pagar o nosso almoço", disse a desempregada Maria Patrícia Cunha. Ela afirma ser um absurdo o investimento em uma operação policial no Estado enquanto ela e suas duas filhas passam fome.
Com a mesma justificativa, o também desempregado Ronilson Silva trouxe a mulher e os filhos, que, segundo ele, nunca tinham comido tão bem. "Pela primeira vez, Lula deu para minha família comida e sobremesa. Esse valor, que alimentou mais de cem bocas, o presidente gasta em uma única garrafa de vinho", afirmou.
A Polícia Militar foi chamada. A dívida pelo não pagamento da refeição foi assumida pelo presidente da Federação das Associações de Moradores do Estado de Roraima, Faradilson Mesquita, que estava no restaurante, e os manifestantes foram embora.
Do lado de fora da Assembléia, outros manifestantes carregavam faixas e cartazes contrários à retirada dos não-índios e arrozeiros da Raposa/ Serra do Sol.
(Folha de São Paulo, 04/04/2008)