A paralisação preventiva contra as empresas de mineração no país, promovida por diversas organizações sociais em diferentes pontos do Equador, continua marcada pela repressão policial. Pela manhã de hoje (3), na cidade de Cuenca, a força policial reprimiu brutalmente, com o uso de gases lacrimogêneos, vários estudantes da Universidade de Cuenca (Faculdade de Direito, Faculdade de Ciências Médicas) e integrantes de várias comunidades de Azuay (Victoria del Portete, Tarqui, Cumbe, Molleturo).
Eles protestavam contra a detenção arbitrária de 20 homens e mulheres que ontem foram levados pela polícia para a altura da Panamericana Sul, enquanto realizavam uma paralisação preventiva de 12 horas contra a instalação de transnacionais de mineração no país.
A paralisação se baseia no saque dos recursos equatorianos. De acordo com as organizações, a "Assembléia Constituinte não se pronunciou de forma devida sobre este saque dos recursos naturais que afetaria diretamente às comunidades, pois em vários setores há bosques, flora, fauna, sítios arqueológicos, e fontes de água (Quimsacocha, Azuay).
A exploração mineira, asseguram, geraria escassez e contaminação do líquido vital, conflitos comunitários e sobretudo estaria entregando de "bandeja de prata", água e solo: fundamentais para a sobrevivência dos povos e cidades do Equador.
"É hora de o atual governo definir sua política em relação à exploração mineira e de socializá-la com o povo equatoriano, para que as comunidades onde se enfrenta essas situações decidam se vão se alimentar com os produtos da terra e da água; ou com ouro, prata, cobre", afirmam.
Ante os fatos, a Coordenação Nacional pela Defesa da Vida e a Soberania (CNDVS) rechaçar o covarde operativo repressivo feito em conjunto entre a polícia e o exército para tratar de deter a mobilização nacional contra as transnacionais mineiras e exige a liberdade imediata dos 20 detidos que de forma ilegal foram aprendidos e maltratados pelas forças policiais e militares.
(Adital, 03/04/2008)