O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta quinta-feira o estabelecimento de um preço único em nível mundial pelo direito a emitir dióxido de carbono (CO2), de modo que as reduções ocorram nos países onde são mais baratas. Esse preço único poderia se estabelecer como um imposto sobre a emissão dos gases que provocam o efeito estufa, mediante a criação de um mercado mundial de carbono ou através de uma mistura das duas opções, explicou o FMI em um documento.
Em todo caso, o organismo afirmou que qualquer acordo internacional de redução de emissões que não inclua Brasil, China, Índia e Rússia seria "extremamente caro e politicamente insustentável". Em seu relatório semestral "Perspectivas Econômicas Mundiais", divulgado parcialmente hoje, o FMI alertou que os prejuízos causados pelas mudanças climáticas poderiam aumentar e serem inclusive "catastróficos", se os países do mundo cruzarem os braços enquanto as temperaturas se elevam.
As regiões mais vulneráveis são América Latina, África, sul e sudeste da Ásia e Europa Ocidental, segundo o relatório. Dada a incerteza sobre o tema, o FMI não quis fazer um cálculo do possível custo do problema, mas se centrou em detalhar as medidas mais apropriadas, em seu parecer, para atenuá-lo sob o ponto de vista econômico. O FMI acredita que um imposto sobre as emissões de CO2 estabeleceria um preço estável do direito de poluir, o que facilitaria às empresas para tomar decisões a longo prazo sobre investimentos em tecnologias menos poluentes.
"Esses incrementos gradativos, se começados em breve, permitirão que o custo do ajuste se estenda durante um período longo de tempo", destacou o FMI. Outra opção seria criar um mercado de carbono mundial, no qual possa se comprar permissões de poluição, embora o Fundo tenha alertado que o sistema poderia fazer com que o preço das licenças disparasse em tempos de expansão econômica.
A terceira alternativa seria um sistema misto, no qual os Governos possam conceder permissões adicionais quando houver grande demanda, de forma que seu preço, segundo o Fundo, se estabilizaria. O objetivo seria de que uma tonelada de CO2 liberada à atmosfera custe à empresa ou ao consumidor o mesmo em São Paulo, Madri ou Xangai, por exemplo.
(EFE, G1, 04/04/2008)