Com previsão de receber R$ 5 bilhões em investimentos na área termelétrica, projeção é de que o município aumentará em cinco vezes a produção das usinas, o suficiente para abastecer 60% do território gaúcho
A produção de energia termelétrica de Candiota aumentará em cinco vezes até 2014. Com investimentos de aproximadamente R$ 5 bilhões na construção da Fase C da Presidente Médici e das usinas Seival, Seival 2 e Termopampa, a capacidade passará de 446 megawatt (MW) - produzidos atualmente pelas fases A e B - para 2,3 mil MW. A energia gerada corresponderá a cerca de 60% da demanda estadual.
Como 80% das reservas de carvão do Estado encontram-se no município, concentrando 89% das jazidas nacionais, a Mina de Candiota, da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), investirá R$ 240 milhões para dobrar a produção no intuito de atender a Fase C, que começou a ser construída no início deste ano. A matéria-prima passará a ser entregue à usina em setembro de 2009.
Segundo o superintendente da mina, Aldo Meneguzzi Júnior, os dois milhões de toneladas anuais passarão para 4,25 milhões de toneladas em menos de dois anos. “Isso fará a empresa crescer, gerar mais 200 empregos diretos e se manter no ranking de maior mineradora do País. O faturamento é conseqüência de ações harmônicas da companhia e, provavelmente, duplicará”, projetou.
Novas unidades
A Fase C da Usina Presidente Médici é a única com obras em execução. A Tractebel Energia, de Santa Catarina, espera pela liberação de todos os licenciamentos ambientais para iniciar as obras da Usina de Seival, ainda este ano. Segundo o analista de desenvolvimento de negócios, Gabriel Mann, o projeto da Termopampa está um pouco mais atrasado por ainda não ter nenhuma licença liberada. “Por isso, não há uma previsão para ele sair do papel”, justificou. Mann acrescentou ainda a possibilidade de exportação da energia produzida para o Uruguai. As atividades da Seival estão previstas para iniciarem em quatro anos.
O presidente da MPX Energia S/A, Eduardo Carrer, e a governadora Yeda Crusius já assinaram o protocolo de intenção em que a empresa assume o compromisso de instalar a Usina Seival 2, com capacidade de 600 MW. Esse projeto deverá começar ser concretizado no próximo ano, com início de sua operação prevista para 2014.
Expectativas
Para o prefeito de Candiota, Marcelo Gregório, o desenvolvimento da Metade Sul recomeçará por Candiota. Ele acredita ainda que o destaque da região, antes concentrado em Bagé, será transferido para a cidade.
Diante dessas constatações, Gregório anunciou os pesados investimentos durante um press tour pelo município, organizado para a imprensa gaúcha por agência da capital contratada pela prefeitura.
O encontro contou com palestras e apresentações de vídeos e documentos, além da ida até a Mina e Usina de Candiota, com direito a passeio aéreo sobre as áreas visitadas.
(Por Taline Schneider, Diário Popular, 03/04/2008)