A Operação Arco de Fogo, de combate à extração e venda clandestina de madeira na Amazônia Legal, já aplicou R$ 31,3 milhões em multas e apreendeu 25,8 mil m³ de madeira em tora e serrada no Pará, Mato Grosso e Rondônia, onde está sendo realizada a ação integrada das forças federais desde o início de fevereiro.
Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a maioria das multas foi aplicada em madeireiras por depósito ou venda de matéria-prima sem licença. Além das multas, a Polícia Federal prendeu 11 pessoas, instaurou 40 termos circunstanciados de ocorrência e abriu 15 inquéritos.
Diferente de ações anteriores, quando o autuado ficava como fiel depositário da madeira ilegal, instituições estaduais estão retirando o produto florestal apreendido dos pátios das serrarias. No Pará, o governo do Estado transportou para um depósito localizado na região metropolitana de Belém mais de 23 mil m³ de madeira. Em Rondônia, as prefeituras de Ariquemes e Machadinho D'Oeste recolhem a madeira que será doada a instituições sociais.
Ontem pela manhã, fiscais e policiais que participam da operação flagraram uma serraria de médio porte que estava embargada pelo Ibama em plena atividade. O delegado da Polícia Federal, Marcelo Xavier, disse que vai pedir a prisão preventiva dos proprietários da madeireira, que não foram localizados.
A serraria, localizada na cidade de Cláudia (MT), havia sido embargada pelo Ibama no ano passado por ter em depósito 1,6 mil m¯ de madeira ilegal, além de toras de castanheira.
Na segunda-feira, no mesmo município, o proprietário de uma fazenda recebeu multa de R$ 1 milhão por uso de agrotóxico falsificado. Além disso, foi aplicada outra multa de R$ 500 mil por abandono de embalagem de agrotóxico em desacordo com a legislação ambiental.
Operação As ações da Arco de Fogo tem como base as cidades de Tailândia (PA), Machadinho D'Oeste (RO), Sinop e Alta Floresta (MT). Nesses três municípios e em áreas vizinhas foram fiscalizadas 56 empresas, além de propriedades particulares. Dessas, 38 foram fechadas por irregularidades. Quatro serrarias clandestinas foram desmontadas.
Mais de 1.000 fornos foram destruídos. Entre os bens apreendidos encontram-se 34 veículos utilizados na prática do crime ambiental, 27 motosserras, quatro armas e 44 equipamentos empregados no beneficiamento de madeira.
(Folha Online, 02/04/2008)