Quase três anos depois do furacão Katrina, cerca de 40 mil famílias continuam vivendo em abrigos temporários e trailers na costa do Golfo do México, a apenas dois meses da próxima temporada de furacões, disse um oficial americano nesta quarta-feira, 2.
O número caiu de cerca de 100 mil famílias, ou 300 mil pessoas, registrado em abril de 2006. Após a temporada de desastres de 2005, a Agência Federal de Controle de Emergências americana (FEMA) abrigava 143 mil famílias. O administrador da agência, David Paulison, disse que o FEMA, criticado por sua pouca responsabilidade quando o Katrina atingiu Nova Orleans, está removendo cerca de 800 famílias por semana para hotéis e apartamentos.
"Enquanto abrigávamos as vítimas, não previa que as obras fossem demorar quase três anos, admitiu Paulison. As vítimas também estão sendo abrigadas em terrenos da agência e trailers, na garagem de suas casas, enquanto os lares são reconstruídos. A estação de seis meses de furacões começa em 1º. de julho. Neste ano, especialistas esperam por um número de desastres acima da média. O Katrina matou 1,5 mil pessoas e provocou danos de US$ 80 bilhões quando varreu Nova Orleans, em agosto de 2005. Os três piores desastres de 2005 - Katrina, Rita e Wilma - causaram juntos prejuízos de US$ 110 bilhões.
A presença de tantas pessoas em abrigos temporários complica os preparativos de precaução para a próxima temporada de furacões. Paulison declarou que o objetivo da agência é mover todas as famílias para outros locais até 1º. de julho, mas "as vítimas simplesmente não querem ser removidas". "Não é fácil tirar as pessoas do lugar onde elas acham que deveriam estar", concluiu.
(Reuters, Estadão, 02/04/2008)