Com a situação crítica da estiagem no Parque Nacional da Lagoa do Peixe (PNLP), em Mostardas, os trabalhadores que foram proibidos de pescar no local poderão receber seguro por parte dos órgãos federais vinculados ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap). Com a seca que atinge 90% da lagoa, a pesca foi suspensa na quinta-feira passada. Grande parte dos pescadores deixou Mostardas à procura de peixes em distritos próximos.
A chefe do parque, Maria Tereza Queiroz Melo, tem articulado com os órgãos federais em busca de uma solução para os cerca de 160 pescadores cadastrados e autorizados a utilizar a lagoa. No final da tarde de segunda-feira, Maria Tereza entrou em contato com Brasília sobre a possibilidade de oferecer o seguro aos pescadores.
Segundo ela, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Seap estão sensíveis à questão. “As articulações estão em vigor e dependem do respaldo dos órgãos”, afirma Maria Tereza. A princípio, o seguro se estenderia até o dia 31 de maio, quando termina a safra do camarão. Entidades representativas de pescadores deverão formalizar o pedido.
A situação na lagoa continua preocupante. Por enquanto, a estratégia de manter os peixes próximo aos canais ainda é adotada. “Lá ainda temos muitos camarões, mas que estão pequenos para irem para o mar”, afirma a chefe. Entre as espécies de peixe no local, destacam-se o papa-terra, linguado, peixe-rei e tainha.
(Por Camila Almeida, Diário Popular, 02/04/2008)