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operação arco de fogo
2008-04-02
Fiscais e policiais que participam da operação Arco de Fogo flagraram ontem de manhã, na cidade de Cláudia, a 60 km de Sinop, MT, uma serraria de médio porte, que estava embargada pelo Ibama, em plena atividade serrando castanheira. O Delegado da Polícia Federal, Marcelo Xavier, vai pedir a prisão preventiva dos proprietários da madeireira que não foram localizados. A serraria foi embargada pelo Ibama no ano passado por ter em depósito 1,6 mil metros cúbicos de madeira ilegal, além de toras de castanheira. Ontem, no mesmo município, o proprietário de uma fazenda recebeu multa de R$ 1 milhão por uso de agrotóxico falsificado. Além disso, foi aplicada outra multa de R$ 500 mil por abandono de embalagem de agrotóxico em desacordo com a legislação ambiental.

Arco de Fogo - A Arco de Fogo, uma ação integrada de forças federais contra o desmatamento ilegal da Amazônia teve início no final de fevereiro. Ocorre simultaneamente nos três estados que mais desmatam - MT, PA e RO e mobiliza mais de 600 servidores, além de 175 veículos e 4 aeronaves. Nesses três estados, a operação do Ibama, PF e Força Nacional de Segurança já lavrou R$ 31,3 milhões em multas, a maioria delas aplicadas por ter em depósito ou vender madeira sem licença. Com base nas autuações das madeireiras, a PF efetuou 11 prisões, instaurou 40 Termos Circunstanciados de Ocorrência e abriu 15 inquéritos.

Até agora foram apreendidos 25,8 mil metros cúbicos de madeira em tora e serrada, o suficiente para encher mais de mil caminhões. Os fiscais do Ibama medem uma a uma das toras e tábuas encontradas nas madeireiras. Diferente de ações anteriores, quando o autuado ficava como fiel depositário da madeira ilegal, instituições estaduais parceiras estão retirando o produto florestal apreendido dos pátios das serrarias. No Pará, o Governo do estado transportou para um depósito localizado na região metropolitana de Belém mais de 23 mil metros cúbicos de madeira. Em Rondônia, as Prefeituras de Ariquemes e Machadinho recolhem a madeira que será doada a instituições sociais.

As ações da Arco de Fogo tem como base as cidades de Tailândia (Pará), Machadinho D’Oeste (Rondônia), Sinop e Alta Floresta (Mato Grosso). Nesses três municípios e em áreas vizinhas foram fiscalizadas 56 empresas, além de propriedades particulares. Dessas, 38 foram fechadas por irregularidades. Quatro serrarias clandestinas foram desmontadas. Mais de mil fornos foram destruídos. Entre os bens apreendidos encontram-se 34 veículos utilizados na prática do crime ambiental, 27 motosserras, 4 armas e 44 equipamentos empregados no beneficiamento de madeira como serras-fita e circulares e destopadeiras.

Fantasmas - Em Machadinho D’Oeste, as vistorias em madeireiras constataram que, de 55 empresas cadastradas no Cadastro Técnico Federal, apenas 30 estão ativas. Os responsáveis por essas serrarias não se apresentaram, o que reforça a suspeita de se trata de empresas fantasmas, ou seja, existem apenas como fachada para esquentar madeira ilegal. Outro fato intrigante é a quantidade de madeira transportada por madeireiras chamadas de pica pau pela baixa capacidade de beneficiar madeira. Levantamentos no sistema do Ibama verificaram que algumas dessas empresas carregaram até mil metros cúbicos no mês de janeiro. Essas e outras irregularidades estão sendo apuradas pelo Ibama e PF. Para o coordenador de operações de fiscalização do Ibama, Roberto Cabral a Arco de Fogo tem alcançado seu objetivo, de separar o joio do trigo. “Estamos identificando serrarias que utilizam a áurea de legalidade para acobertar crimes ambientais. O Ibama não vai tolerar tal conduta”, diz.

(Ibama, 01/04/2008)


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