Essa “feição” tira muito da qualidade de vida de quem mora nas proximidades
Uma característica nada charmosa de Canoas são os terrenos baldios infestados de mato, lixo ou uma combinação dos dois. Sem ser privilégio de nenhum bairro, essa “feição” tira muito da qualidade de vida de quem mora nas proximidades desses locais. É o caso da rua Sete de Setembro, no bairro Nossa Senhora das Graças. Adriana Souza convive com três espaços cheios de sujeira e mato alto. A supervisora pública de 37 anos conta que entrou em contato com a Prefeitura várias vezes, mas o problema persiste.
Além do medo de assaltos, pois bandidos podem se esconder entre a vegetação, Adriana também preocupa-se com a possibilidade de surgirem doenças: ao lado dos ratos, pode haver mosquitos proliferando-se em água parada em recipientes como potes plásticos e pneus velhos. Em um desses terrenos, por exemplo, há garrafas e sacos plásticos, móveis abandonados, tênis velhos, embalagens de alimentos e até fraldas usadas.
Insalubre
A situação pode ser vista até em áreas mais centrais da cidade. Na esquina entre as ruas Santos Ferreira e General Salustiano, no Rondon, há mato, madeira e até sacos de lixo doméstico. Cachorros costumam entrar ali em busca de alimento, e algumas vezes o cheiro é insuportável. No bairro Rio Branco, entre as ruas Ana Neri e Dom João Becker, por exemplo, pessoas depositam o que não lhes serve mais em uma área aberta, localizada bem atrás de uma parada de ônibus. Em locais mais afastados, lixões e áreas verdes chegam a se confundir, criando um ambiente insalubre para a população.
O secretário de Planejamento Urbano, Oscar Escher, salienta que este é um problema tanto da legislação quanto cultural. Ele aponta que hoje a lei torna difícil a cobrança de multas nesses casos e, na maioria deles, os valores são baixos. “Precisamos melhorar a legislação. Com o novo Plano Diretor, muita coisa vai mudar. Essa nova lei é bastante genérica, mas vai indicar que se modernize o Código de Posturas, o Código de Obras, até o sistema tributário”, diz.
O secretário explica que, quando existe uma denúncia, é enviada a fiscalização e o proprietário é notificado. “Se ele não faz a limpeza, o Município vai lá e limpa”, exemplifica Escher. Contudo, esta também não é uma solução definitiva. Na maioria das vezes, os terrenos acabam sujos novamente. Por isso, é preciso que se crie uma nova mentalidade, ressalta.
(Diário de Canoas, 31/03/2008)