Apesar de não ser comparável à de 2005, seca deste ano prejudica de maneira pontual famílias e agricultores no Vale

Cerca de 300 agricultores da região já recorreram ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), em decorrência de perdas com a estiagem. Com o seguro agrícola, os produtores poderão amenizar o prejuízo causado pela falta de chuvas. Dos 300 pedidos, cerca de 70 são provenientes de Boqueirão do Leão. Além do prejuízo econômico, a falta de chuva afeta o dia-a-dia das pessoas.

Em Boqueirão do Leão, 16 famílias dependem do auxílio do Poder Público para ter acesso à água potável. A mesma situação é enfrentada por 75 crianças de duas escolas do interior do município. "Desde o começo do ano, de duas a três vezes por semana precisamos levar água para esse pessoal. Nos colégios o auxílio começou no início do ano letivo, em março", explica o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Clóvis Luiz Furtado. Ele calcula que por mês sejam gastos R$ 6 mil com o abastecimento.

O problema é semelhante em Nova Bréscia, onde quatro famílias recebem água pela caminhonete da prefeitura. No entanto, a escassez de chuvas não afetou a produção de frangos, base econômica do município. "Felizmente não chegamos a esse ponto, mas percebemos que as vertentes estão dando ré", alerta o secretário de Agricultura, Antônio Simonetti.

Previsão
A situação das famílias de Boqueirão do Leão e de Nova Bréscia não deve melhorar nos próximos dias. Conforme a técnica do Centro de Informações Meteorológicas da Univates, Grasiela Both, a previsão aponta que a chuva só deve voltar nesta terça-feira. No entanto, será irregular e pouco significativa para os municípios que enfrentam as conseqüências da estiagem.

Pontual
Para o gerente regional da Emater, Álvaro José Mallmann, a estiagem é pontual. "Alguns produtores, de algumas localidades, estão sofrendo. Mas de maneira geral a situação está sob controle." Ele exemplifica: "Em 2005 tivemos cerca de quatro mil pedidos de Proagro. Agora são 300". Ele destaca ainda que a maioria dos agricultores já colheu a safra do milho. "Resta a safrinha, que em caso de comprometimento pela estiagem, não representa muito em termos econômicos."

(Por Ermilo Drews, O Informativo do Vale, 31/03/2008)