517 quilos de plástico foram coletados pelos mais de 150 voluntários de 40 empresas de Lajeado e Estrela
Na segunda edição do mutirão de limpeza, que coletou todo tipo de material das margens e área próxima do manancial, maior parte dos resíduos será reciclada
Na ciclovia localizada nas margens do Rio Taquari, em Lajeado, há placas de conscientização que sugerem preservar o meio ambiente e viver com saúde, mas parecem ser ignoradas pela maioria dos pedestres. É o que indica a segunda ação Viva o Taquari Vivo realizada pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Parceiros Voluntários e Univates, no sábado.
O mutirão de limpeza recolheu quase 1,3 tonelada de resíduos entre a foz dos arroios Boa Vista e Estrela. Foram 880 quilos coletados em Lajeado e 401 quilos em Estrela. Os plásticos totalizam 517 quilos, ou seja, cerca de 40% do lixo retirado. Mais de 150 pessoas de até 40 empresas se cadastraram na ação, mas a comissão organizadora estima que o número de voluntários tenha sido maior.
Segundo a bióloga da Univates, Cátia Viviane Gonçalves, grande parte dos entulhos era de garrafas plásticas. "Várias foram encontradas com água e larvas de mosquito dentro. Se for analisar a questão da dengue, esse é um grande problema. Afeta não só o meio ambiente, como também nossa saúde", explica. Os resíduos foram divididos em grandes grupos, como metais, plásticos e vidros, e foram encaminhados para as centrais de triagem de lixo das prefeituras de Estrela e Lajeado. "Os materiais nobres serão reciclados", acredita.
Conscientização
Os mais variados momentos da atividade foram fotografados pelo estudante de design da Univates Giovani Sebastiani, e serão levados para dentro das escolas da rede pública de ensino de Lajeado e Estrela, com a exposição Espelhos: Como o Rio nos Vê. "O projeto é uma afronta para que a comunidade fique por dentro das ações que ela mesma provoca", ressalta o vice-presidente de responsabilidade social da Acil, Gilberto Soares. Segundo a coordenadora da unidade PV de Lajeado, Ana Paula Crizel, a primeira mostra ocorre no UnicShopping e, além das fotos, vai contar com gráficos da coleta.
Voluntários
Luvas e coletes salva-vidas garantiram a segurança de voluntários como Gilson Pereira, da Organização Não-Governamental Salvem o Meio Ambiente (Soma). "Precisamos cuidar do que é nosso. Faço a minha parte", diz. Canoístas do projeto Navegar/Associação Ecológica de Canoagem (Aeca), como Wellinton Wallbri (11) e Márcio André Kayser (15), também participaram da ação. "Segui a idéia do meu professor e vim ajudar a limpar o rio", comenta Wellinton.
Análise
Para o gerente geral da Acil, Antônio Juarez da Silva, o balanço da atividade foi positivo. "Estamos contentes pela segurança que proporcionamos aos voluntários e a total adesão das 40 organizações que participaram também da primeira edição." Segundo ele, a idéia é sensibilizar a população que vive às margens do rio e ressaltar a importância dos afluentes para a sustentabilidade do planeta. O arquiteto André Kielling acompanhou a ação. De acordo com ele, não são os resíduos sólidos, mas a falta de tratamento de esgoto a principal causa da poluição do rio. "A solução seria criar uma rede de coleta e tratamento de esgoto nos loteamentos novos para amenizar esse quadro."
(Por Taciana Colombo, O Informativo do Vale, 31/03/2008)