Seminário debateu a importância da educação ambiental na Feevale
A educação ambiental é tão importante para a recuperação das bacias hidrográficas quanto o saneamento básico e a destinação adequada dos resíduos sólidos. Esta é a principal conclusão do seminário sobre educação ambiental que ocorreu ontem no Centro Universitário Feevale em Novo Hamburgo. O evento reuniu autoridades municipais, estaduais e federais, além de estudantes e representantes de entidades ambientalistas. Promovido pela Assembléia Legislativa, por meio da Comissão Especial Pró-Sinos, presidida pelo deputado estadual Ronaldo Zülke (PT), Comitesinos, Consórcio Pró-Sinos, com apoio de instituições de ensino, o encontro também teve grupos de discussões sobre o plano de saneamento e o Rio dos Sinos.
Para o deputado Zülke o trabalho desenvolvido pelo consórcio - constituído há menos de um ano -, e a importância de um plano de intervenção é fundamental para a bacia hidrográfica da região. “Se não tivermos o auxílio da população, o esforço realizado e a integração dos poderes será em vão’’, afirma. O parlamentar destaca que é preciso apresentar soluções para a recuperação do Rio dos Sinos. Zülke e o deputado federal Tarcísio Zimmermann (PT) também lembraram do recurso do governo federal de R$ 4 milhões já disponível para utilização em um plano de saneamento da bacia, ações de educação ambiental e para o plano resíduos sólidos.
Uma das alternativas para a recuperação e preservação do Sinos é o programa de educação ambiental que formará coletivos educadores na região. Apresentado pela representante do Consórcio Pró-Sinos, Flora Zeltez, a iniciativa quer mobilizar a comunidade para contribuir com a preservação da Bacia do Sinos. Flora explica que no programa os educadores receberão informações por meio de oficinas e cursos, que depois deverão ser multiplicadas em associações de bairro, entidades, instituições, escolas entre outros locais. O programa deve estar implantado em até 18 meses.
Munidos da certeza de que a reabilitação do Rio dos Sinos requer uma mudança no comportamento da população, o grupo deverá partir para ações concretas. Uma delas é fomentar a formação de coletivos de educadores ambientais que irão atuar nos 20 municípios da região que já aderiram ao Consórcio Pró-Sinos. “Não basta tratar o esgoto antes de lançá-lo no rio se as pessoas continuam poluindo o manancial com todo o tipo de velharia, como sofás, fogões inutilizados e garrafas”, frisou Rodrigo dos Santos, estudante que integra uma das patrulhas ecológicas que costumam recolher lixos das margens do rio e dos arroios dos municípios do Vale do Sinos.
O papel dos educadores ambientais, segundo o deputado estadual Ronaldo Zülke (PT), será o de aumentar o grau de consciência da população sobre as responsabilidades individuais pela preservação do meio ambiente, somando-se às iniciativas já existentes nos municípios. “Os governos têm responsabilidade e devem buscar soluções para o problema que se agrava em escala crescente. Mas a população também deve fazer a sua parte, colaborando para potencializar as ações governamentais e cobrando quando elas não existirem ou forem insuficientes”, apontou o deputado. Ele advertiu, no entanto, que junto com as ações educativas deverão ocorrer investimentos para reabilitar o rio como a ampliação do tratamento do esgoto doméstico e o aumento da fiscalização sobre o lançamento de efluentes pelas empresas da região.
(Jornal NH, 29/03/2008)