Há algumas semanas, o mundo inteiro ficou sabendo de mais uma invasão, cometida por movimentos agitadores - que se dizem sociais, mas que na realidade não são - na plantação de eucaliptos em Rosário do Sul. Há poucos dias, lendo o jornal Gazeta dos Pampas de Cacequi - e só então - fiquei sabendo de uma demonstração de repúdio ao barbarismo cometido pelos invasores. Prefeitos, autoridades e outros representantes de vários municípios da região promoveram um encontro no local devastado pelo vandalismo.
Aproveitando as comemorações do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a Comissão de Produtoras Rurais da Farsul promoveu uma manifestação pacífica no local onde as árvores foram destruídas. O grupo de pessoas, usando roupas brancas, deu um abraço simbólico no local devastado e plantou uma muda de árvore. Com este ato, tentou promover a paz, a solidariedade e reviver a esperança.
Ali se encontravam representantes de São Gabriel, Cacequi, Unistalda, São Francisco de Assis, Manoel Viana, Santana do Livramento, São Sepé, Santa Maria, Itaqui, Santa Margarida do Sul, São Vicente do Sul e Rosário do Sul. Um ato de muita beleza.
Assim como fizeram com a Ford - que foi escorraçada daqui, quando estava para instalar uma fábrica de automóveis no Rio Grande do Sul - , esses grupos agitadores estão tentando expulsar esses novos empreendimentos. A Ford, hoje está produzindo riquezas e milhares de empregos na Bahia.
É certo que, para o gaúcho, possa parecer estranha a nova paisagem que se apresenta. No lugar de coxilhas nuas, hoje vemos árvores por todos os lados. O que não podemos esquecer é que não passa de mais um tipo de lavoura. Assim como é a soja, o trigo e o arroz. Árvores são plantadas, crescem e são colhidas.
Alegam, alguns, que o eucalipto consome muita água. O arroz consome em torno de 10 mil metros cúbicos de água por hectare. Mas nem passarinho faz ninho nessas árvores, dizem outros. E nas lavouras de trigo, arroz e soja fazem? Com todo aquele veneno que é colocado e que acaba poluindo córregos, lagos e rios?
É preciso conhecer o projeto de conservação da mata nativa que é exigido para a instalação dessas plantações e fiscalizar a sua fiel execução. O resto é politicagem.
(Por Alfran Caputi*, Diário de Santa Maria, 31/03/2008)
*Alfran Caputi é Cirurgião-dentista e oficial da Aeronáutica da reserva