O governo italiano ordenou na sexta-feira (28/03) a retirada do mercado do queijo tipo mozarela de 25 produtores da região da Campania, perto de Nápoles, por causa de suspeitas de que o produto esteja contaminado por dioxina. A medida foi tomada em meio a pressões da União Européia e depois que testes feitos na semana passada indicaram que o queijo desses produtores apresentava níveis da substância, que pode causar câncer, acima da quantidade recomendada pelo bloco.
“Os níveis de dioxina não são excessivos, mas estão acima da quantidade máxima recomendada, então, foram adotadas medidas para diminuir esses níveis”, disse um alto funcionário da Comissão Européia à BBC. O queijo afetado é feito com leite de búfala e considerado de alta qualidade.
Importadores
A contaminação provocou medo entre os países que importam a mozarela. A Coréia do Sul e o Japão proibiram a importação do queijo. Na França, as autoridades chegaram a ordenar que a mozarela de Campania fosse retirada das prateleiras, mas reverteram a medida quando concluíram que não importavam queijo dos produtores sob suspeita. Na Grã-Bretanha o governo afirmou que não há risco imediato para os consumidores.
A Comissão Européia, o órgão executivo da União Européia, disse estar satisfeita com as medidas tomadas pela Itália depois que o ministro do Exterior Massimo D’Alema anunciou que o governo retiraria do mercado o produto "que não cumprisse com os padrões de segurança” estipulados pela UE. A Itália afirma que já encontrou as fazendas na fonte da contaminação, e destruiu o leite produzido por elas. A polícia está investigando se os alimentos dados aos rebanhos perto de Nápoles estavam contaminados.
Acredita-se que a contaminação pode ter sido causada por lixo jogado ilegalmente por criminosos em terras usadas para pastagem. A mozarela é um grande negócio na Itália, com rebanho de 250 mil búfalos produzindo um total de 33 mil toneladas por ano, 16% das quais são exportadas.
(BBC, 30/03/2008)