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furacão catarina chuvas e inundações
2008-03-28
Nos últimos anos, tempestades, chuvas de granizo, estiagens, ciclones tropicais e até mesmo um furacão dão uma prévia do que pode vir com as mudanças climáticas que estão em andamento no planeta. Em Santa Catarina, é cada vez mais freqüente a ocorrência de enxurradas e vendavais, como o tornado registrado em fevereiro, no interior de Tubarão, no Sul do Estado, que feriu uma moradora da cidade.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Climatologia, João Lima Sant´Anna Neto, mais de 80% dos tipos de desastres naturais têm origem derivada em processos climáticos.

- Devido à geografia bastante peculiar, Santa Catarina é palco de uma gama de processos naturais, com resultados que revelam desastres naturais das mais variadas magnitudes, desde típicas inundações provocadas por chuvas intensas nos vales dos principais rios até o grandioso fenômeno Catarina - comenta Neto.

Para o pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, Wagner Soares, Santa Catarina está na rota dos locais mais atingidos pelos efeitos do aquecimento global projetado pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Estudo prevê mais enchentes e mais perdas na agricultura

De acordo com a tese de doutorado de Soares, feita no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), que analisou os jatos de ar que levam a umidade da Amazônia para o Sul e que influenciam no clima por quatro anos, se a previsão de aumento da temperatura de 2ºC a 7ºC se concretizar na Amazônia, o fluxo de umidade e, conseqüentemente, de chuvas na Bacia do Prata pode crescer 50%, o que afetaria diretamente o Estado.

Através de um software inglês, ele calculou quantos jatos de ar de baixos níveis ocorreram nos anos 1980 e projetou quantos deverão ocorrer na década de 2080. O resultados prevê um aumento de até 86% na incidência desses jatos nos anos 2080.

Além disso, conforme Soares, outro sistema ainda age sobre Santa Catarina. É a alta subtropical do Atlântico Sul, um giro de vento que traz ainda mais umidade do oceano e alimentar as frentes frias, aumentando as precipitações de chuva. Ou seja, mais enchentes e perdas na agricultura.

Catástrofes naturais
O que fazer antes, durante e depois de ocorrências
meteorológicas de impacto
ANTES
Mantenha-se dentro de casa, até receber ordem de evacuação de algum órgão responsável (Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar).
Fique atento aos noticiários que estão sendo transmitidos no rádio e na televisão.
Reúna sua família e passe para todos o número dos telefones de emergência (193: Bombeiros/ 190: Polícia Militar/ 199: Defesa Civil).
Verifique se os aparelhos eletroeletrônicos estão desligados, assim como o gás de cozinha.
DURANTE
Evite ao máximo sair de casa. Em casos extremos, não conduza veículo em áreas inundadas ou com correnteza. Além disso, não atravesse pontes e riachos.
Feche todas as janelas e portas e mantenha-se distante delas, em um cômodo seguro da casa como o banheiro.
Caso você more em um edifício, dirija-se ao primeiro e segundo pisos e não utilize os elevadores.
Em moradias/casas com dois andares localizadas em áreas de risco de inundação, fique de preferência no segundo andar e, conseqüentemente, leve seus móveis, eletrodomésticos e outros utensílios domésticos de importância para o mesmo piso.
Mantenha-se calmo e espere a tormenta passar.

DEPOIS

Escute no rádio/televisão as recomendações dos órgãos responsáveis.
Preste auxílio e primeiros-socorros às pessoas mais próximas a você.
Não mova ou mexa nas pessoas seriamente feridas. Chame por ajuda.
Use o telefone somente para situações emergenciais.
Volte para a sua casa somente quando as autoridades locais a declararem segura.
Entre na sua casa com cuidado, e verifique se não há cobras, aranhas, e outros animais e insetos perigosos que foram trazidos pelas águas.
Antes de ligar a luz, gás e água verifique se não houve danos. Caso contrário, comunique ao órgão responsável.
Não reutilize comidas que tiveram contato com as águas da inundação e, também, não utilize esta água contaminada para fins domésticos. Você estará evitando a contaminação e proliferação de doenças.
Fonte: Departamento Estadual de Defesa Civil

(Diário Catarinense, 28/03/2008)

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