Método de medição da qualidade do ar coloca Porto Alegre em condição de vanguarda
Porto Alegre será uma das poucas cidades no mundo a ter biomonitoramento, que é a medição da qualidade do ar da cidade utilizando espécies de vegetação resistentes ou tolerantes aos gases poluentes emitidos na atmosfera. Em um mês, deverão ser divulgados os primeiros indicadores com a nova metodologia de medição, que será realizada pelo Centro de Ecologia do Instituto de Biociências da Ufrgs e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
O protocolo de intenções para a utilização dos bioindicadores foi assinado na manhã de ontem (27/3) pelo secretário da Smam, Beto Moesch, e pela diretora do Centro de Ecologia, Catarina da Silva Pedroso. O ato ocorreu no encerramento do painel sobre mudanças climáticas e o papel do município no contexto do aquecimento global, dentro do Seminário Nacional de Gestão Sustentável nos Municípios, que será encerrado hoje na PUCRS.
'O biomonitoramento é mais uma imprescindível ferramenta para melhorar a qualidade do ar de Porto Alegre e vai colaborar com cidades como Viamão e Alvorada, que não têm esse tipo de medição', afirmou Moesch.
A Smam já aplicou R$ 1 mil no projeto, recurso proveniente das multas de compensações ambientais. No total, a execução do biomonitoramento custará R$ 29 mil, que serão custeados pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente. Os indicadores servirão para planejar ações de redução dos índices de poluição e balizar as discussões do Plano Diretor da cidade e a política de transporte urbano.
No painel sobre mudanças climáticas e aquecimento global, a presidente da Associação Gaúcha de Preservação do Ambiente Natural (Agapan), Edi Xavier Fonseca, lembrou que o aumento na emissão de gás carbônico é um dos principais propulsores das modificações climáticas. A diretora para América Latina e Caribe do Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade, Laura Valente, advertiu que as variações no clima estão ocorrendo cada vez mais rapidamente e as alterações de temperatura e outros fatores, que antes demoravam de 5 milhões a 15 milhões de anos para ocorrer, agora levam, no máximo, dez décadas. 'O que devemos fazer para garantir o futuro de nossos descendentes é mudar o padrão de consumo.'
(Correio do Povo, 28/03/2008)