RANKING DAS HIDRELÉTRICAS MAIS POLUIDORAS
2002-01-10
Entre 1998 e 1999, o grupo de Santos fez duas medições em nove usinas brasileiras e elaborou um ranking das maiores usinas poluidoras do País. Na produção de metano (CH4), a hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais, ficou em primeiro lugar, com emissão de 196 miligramas de CH4/m2 por dia. No ranking de emissão de dióxido de carbono, Tucuruí, no Tocantins, ganhou o indesejável título de maior usina brasileira produtora do gás, com 8.4574,5 miligramas de CO2/m2 por dia. A binacional Itaipu, no Paraná, está entre as hidrelétricas com melhor qualidade na produção de energia limpa. Com área ocupada de 1.350 metros quadrados e produção de 12,6 mil megawatts (MW), a usina emite, por dia, apenas 10,7 miligramas de metano por metro quadrado. A emissão de gás carbônico também é pequena: 170 mg de CO2/m2/por dia. Segundo Santos, a medição de óxido nitroso (N2O), outro gás do efeito estufa, ainda não começou a ser feita. - Assinamos um convênio com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que nos permitirá, a partir deste ano, realizar medições mensais nas barragens das usinas de Miranda (MG) e Xingó (AL), quando também iremos medir as emissões de óxido nitroso, explicou. No estudo, o pesquisador mostra que, em alguns casos, usinas hidrelétricas produzem mais gases de efeito estufa do que as termelétricas movidas a carvão mineral ou a gás natural. É o caso das usinas de Samuel, em Rondônia, e Três Marias, em Minas. - Três Marias, por exemplo, é 0,84 vez menos eficiente do que uma termelétrica a carvão mineral e 0,54 vez menos eficiente do que uma termelétrica a gás natural, citou. Termelétricas Apesar disto, Santos ressalta que uma usina termelétrica é mais prejudicial ao meio ambiente que uma hidrelétrica. - A termelétrica não emite só gases quentes, mas também bióxidos de enxofre e de nitrogênio, além de materiais particulares, altamente prejudiciais à saúde humana. Este tipo de material não existe nas hidrelétricas, diz. O especialista em planejamento energético Rafael Schechtman, também professor da UFRJ, acredita que o estudo da Coppe tem fundamento, mas ressalta que ainda faltam resultados conclusivos sobre as emissões de gases quentes nas hidrelétricas. (Agência Estado)