O diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, pedirá ao Ministério da Justiça uma gratificação de 20% para os policiais destacados para trabalhar na Amazônia e ao longo da fronteira seca do país. O pedido faz parte do Plano Estratégico que Corrêa entregará ao ministro Tarso Genro a partir das 9h desta sexta-feira, na solenidade de comemoração dos 64 anos da Polícia Federal. O Plano Estratégico é um conjunto de propostas com que a PF pretende enfrentar os desafios da modernização até 2022.
- Se o Ministério Público, quando desloca alguém para Santa Maria (RS), ganha uma gratificação por quê a polícia não pode ter uma gratificação para trabalhar em determinadas áreas ? - argumenta o diretor.
Corrêa também decidiu abrir um concurso interno para estimular delegados e agentes com longo tempo de profissão a pedir transferência de dois anos para a Amazônia e outras áreas de fronteira. Ao final deste período, o delegado ou agente poderá requisitar mudança para qualquer outra região do país, inclusive para áreas que hoje já estão com excesso de contingente. Quarenta e cinco vagas já estão abertas.
Segundo Corrêa, a idéia é favorecer a permanência de policiais experientes na Amazônia para que, a partir daí, eles repassem conhecimentos aos delegados e agentes mais novos. Hoje muitos policiais só esperam o fim do estágio probatório, ritual que se segue ao ingresso do servidor na administração pública, para pedir remoção para grandes centros urbanos. Para Corrêa, o combate à criminalidade na Amazônia é uma das prioridades previstas no Plano Estratégico.
- Hoje tem que fazer o cara entender que estar na Amazônia não é castigo.Ele está no centro do mundo - afirma o diretor.
O plano prevê ainda, além dos crimes ambientais, a PF terá que se preparar para combater fraudes pela internet, crimes financeiros e problemas relacionados a imigração e a transporte de mercadorias. São crimes relacionados à expansão da economia e das mudanças na chamada sociedade da informação.
A PF também está se preparando para aumentar o número de adidos policiais. Hoje, a polícia tem adidos nas embaixadas brasileiras da Argentina, Paraguai, Colômbia e França. Nos próximos dias, serão criadas adidâncias policiais na Bolívia, no Uruguai, Peru e Venezuela. O plano prevê a expansão do setor ainda para os Estados Unidos e alguns países da Europa. Corrêa não informou qual o valor das ações previstas no Plano Estratégico.
(O Globo, 27/03/2008)