A Plataforma Agrária demanda ao presidente Álvaro Colom colocar um fim à perseguição e ações repressivas de seu governo contra camponeses q'eqchi's da organização Encontro Camponês, de Izabal, bem como atribuir responsabilidades entre as forças policiais e militares pela morte extrajudicial de Mário Caal Bolón.
"É inaceitável a forma violenta com que policiais e militares agrediram a várias comunidades camponesas q'eqchi's, diante de terror e intimidação com o uso de armas, a interpretações erradas e encobrimento de fatos, roubo de pertences e persistente oposição para o diálogo", afirma. Acrescenta que a solução da problemática agrária em Livingston, cenário dos recentes conflitos no país, coloca no centro o princípio do bem comum, bem como a proteção e apoio às comunidades e terras indígenas, segundo estabelece a Seção Terceira da Constituição Política.
A Plataforma afirma que elaboração e aprovação de um marco jurídico agrário que, entre outras coisas, reconheça as terras que historicamente pertencem às etnias indígenas, é uma obrigação do Estado. "É urgente mudar a lógica da mediação das instituições estatais, que privilegia a defesa dos interesses empresariais e de fazendeiros, assim como penaliza as lutas de mulheres e homens que defendem seu território. A instalação de uma mesa de diálogo com organizações camponesas deve ser respaldada por ações que demonstrem vontade do Executivo em oferecer soluções e não em incentivar os conflitos", afirma.
(Adital, 27/03/2008)