O painel sobre resíduos sólidos do Seminário Nacional de Gestão Sustentável nos Municípios abriu um leque de soluções para a gestão ambiental, reunindo casos de diversos municípios brasileiros. Além do exemplo de Porto Alegre, foi possível conhecer um pouco mais dos sistemas implantados em municípios como Betim (MG), Petrópolis (RJ), Maringá (PR) e São José do Rio Preto (SP). Entre as soluções, foram apresentados projetos de revitalização de lixões, criação de cooperativas, biodigestores e educação ambiental comunitária.
O engenheiro civil Sérgio Luis da Silva Cotrim, que integra a equipe de resíduos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e atua em parceria com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, abriu o debate. Para ele, o desafio da gestão municipal de resíduos sólidos é controlar a totalidade dos descartes no município. Cotrim informou que Porto Alegre produz 950 toneladas de lixo domiciliar por dia, 400 toneladas/dia na construção civil, 60 toneladas/dia de resíduos arbóreos, além dos descartes de indústrias, serviços de saúde e áreas públicas. Entre as principais atividades da equipe de resíduos destacadas pelo painelista estão a fiscalização, o licenciamento, a educação ambiental e as vistorias instrutivas. Cotrim abordou ainda o gerenciamento de resíduos na sede da Smam, a licença ecológica e o projeto de biodiesel da secretaria junto com o Instituto de Química da PUCRS, através do qual se transforma óleo de cozinha em combustível ecológico.
Representando a cidade de Betim (MG), o secretário de Meio Ambiente, Geraldo Carlos Gomes, destacou que o município desenvolveu ações de fomento a cooperativas de reciclagem, formando a Associação de Catadores de Papel, Papelão e Materiais Recicláveis, responsável por 60% do recolhimento dos resíduos.
Vontade política
Para Lígia Maria Fonseca, diretora do Meio Ambiente de Maringá, o conceito de gestão sustentável deve ir além das dimensões social, ambiental e econômica, abordando as áreas da cultura, espaço e, principalmente, política. "Sem vontade política, não há liberação de verba para os projetos", ressaltou, sendo aplaudida pela platéia. Entre os diferenciais de seu município, foram destacadas as academias de ginástica públicas nos parques, a revitalização do lixão, a criação de cooperativas de catadores e a utilização do "Biopuster", equipamento de tecnologia alemã empregado na reciclagem de resíduos orgânicos.
Biogás
O relato sobre a cidade de Petrópolis mostrou umas das iniciativas mais inovadoras do painel: a transformação de esgotos em biogás, através de biodigestores. Sendo alternativa para o tratamento de esgotos, o projeto é desenvolvido pela empresa Águas do Imperador e oferece solução para pessoas de baixa renda, diminuindo os impactos ambientais do esgoto. Conforme o técnico da empresa, André Lermontov, os biodigestores são construídos pelos moradores das próprias comunidades que o recebem.
(Prefeitura de Porto Alegre, 27/03/2008)