Troca das embalagens de madeira será gradativa. Projeto foi apresentado hoje pelo presidente Elmar Schneider, em café da manhã realizado na empresa, com a presença do secretário estadual da Agricultura, João Carlos Machado
Inicia-se em 1º de julho a troca de embalagens de madeira por plásticas na Ceasa-RS (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul). "A implantação será gradativa, mas pretendemos mudar a cara da Ceasa até o final do ano", disse o presidente Elmar Schneider, em café da manhã realizado na empresa, com a presença do secretário da Agricultura, João Carlos Machado, do secretário adjunto e diretor geral da Seapa, Gilmar Tietbohl, e do presidente da Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), Antônio Cesa Longo. O investimento, feito em parceria com a iniciativa privada, será de R$ 3 milhões.
Schneider destacou os benefícios econômicos e ambientais que a iniciativa – inédita no Brasil – trará com a substituição das caixas de madeiras por embalagens plásticas, atendendo a Instrução Normativa (IN) nº 9, de 12 de novembro de 2002. Conforme o presidente da Ceasa-RS, a durabilidade média das caixas de madeira é de três meses.
"Por dia, são utilizadas cerca de 600 mil caixas, o que corresponde a derrubada de 5.800 árvores", lamentou. A embalagem plástica, comparou Schneider, dura em torno de dez anos e, o melhor, é retornável. "Somente este dado justifica a mudança de sistema, trazendo ganhos financeiros e ambientais incontáveis para todos", ressaltou.
Sistema Logístico
O secretário Machado enfatizou a amplitude da medida. "Não se trata de uma simples troca de embalagens, a Ceasa está criando um novo e moderno sistema logístico", observou. Isso porque, além da modificação do material das caixas, a empresa fará a estocagem, a limpeza e a higienização das embalagens.
"Mais uma vez o Rio Grande do Sul está sendo pioneiro, melhorando a qualidade dos produtos aos consumidores", disse. Machado comunicou que, na próxima terça-feira (1º de abril), passará toda a manhã na Ceasa-RS conhecendo as melhorias realizadas pela atual diretoria. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, falou da satisfação dos supermercadistas com a implantação deste projeto. "Este é um sonho do setor, que agora se torna realidade", frisou, acrescentando o caráter inovador da iniciativa.
Financiamento
O Banco do Brasil será a instituição financeira parceira para auxiliar produtores e empresários na compra das caixas plásticas, por meio das linhas de financiamento Pronaf e Proger. O valor de cada recipiente irá de R$ 7 a R$ 15, conforme o tamanho. Haverá quatro tipos de embalagens: preta (de 24 cm, para legumes e verduras), cinza (de 38 cm, para foleosas), verde (de 19 cm, para frutas tropicais) e vermelha (de 12 a 15cm, para frutas nobres).
A empresa Cleanbox será a responsável pelo Banco de Caixas, quer funcionará semelhante a uma troca de vasilhames, com a circulação do vale-caixa. Chegando na Ceasa, o cliente vai até o Banco de Caixas e entrega as caixas usadas. Na hora, será validado um crédito (vale-caixa) em um cartão eletrônico ou dinheiro correspondente à quantidade de caixas trazidas. Ao fazer a compra, este crédito é transferido imediatamente para o atacadista. Por fim, os produtos são entregues em embalagens limpas e higienizadas.
Benefícios Ambientais
• As caixas não serão veículos de contaminação em lavouras e plantações (exemplo: Sigatoka Negra, na Banana; e Cancro Cítrico, Cítrus em geral);
• Evitar o corte de 280 mil árvores/ano;
• Economia de 5 mil ha/ano de florestas, somente com as operações da Ceasa/RS;
Outros benefícios
• Redução de resíduos nas operações;
• Evitará a circulação de caixas vazias no mercado, o que melhora a qualidade do ambiente;
• Agilidade no atendimento dos clientes;
• Diminuição das perdas. (Conforme técnicos do CEAGESP 30% da produção é perdida pelo manuseio desnecessário, dano mecânico, etc).
• Redução de custo na embalagem (retornável), no transporte (otimização da logística de retorno 1 x 3) e na estocagem de caixas vazias (redução no volume quando vazia)
• Garantia de retorno e disponibilidade.
• Retorna no ato da venda quando recebe o vale caixa.
(Governo do Rio Grande do Sul, 27/03/2008)