O Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC) realizou na quarta-feira (26) sua primeira reunião oficial, desde a nomeação de seus membros, ocorrida em dezembro passado. O fórum, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente, foi criado com a finalidade de discutir e propor ações governamentais sobre temas relacionados às alterações do clima.
Conforme a secretária executiva do FGMC, Ana Maria Cruzat, que é assessora técnica da secretaria, no Rio Grande do Sul está o primeiro fórum de fronteira do Brasil, que poderá interagir com as questões climáticas da Argentina e do Uruguai.
Essa característica eleva a importância do Fórum Gaúcho e permitirá que ele preste contribuições à proposta que o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas está finalizando com objetivos, princípios, diretrizes e instrumentos, a fim de nortear a Política Nacional de Mudanças Climáticas, em elaboração. Os demais Estados brasileiros com fóruns de mudanças climáticas já enviaram suas sugestões. O Comitê Interministerial sobre Mudanças do Clima vai apresentar a proposta final ao Congresso.
Assunto de consenso na reunião foi a decisão de que o FGMC precisa tomar conhecimento de todos os estudos e pesquisas já realizadas no Estado sobre o clima e os seus impactos nos diversos setores e nivelar as informações entre seus membros para definir as linhas de atuação do Fórum. Os membros do FGMC buscarão dados em suas instituições, que serão apresentados em um workshop no dia 30 de abril.
O Ph.D. em glaciologia, Jefferson Cardia Simões, que representa a UFRGS no FGMC, falou que é importante que o Rio Grande do Sul dê mais atenção à variabilidade climática regional porque os impactos do aquecimento global para o Estado, pela sua proximidade com a Antártica, serão diferentes das conseqüências, por exemplo, para a Amazônia. Ainda: os efeitos do desmatamento na Floresta Amazônica afetam o Rio Grande do Sul de maneira diferente do que em Estados mais próximos daquele ecossistema.
Outro aspecto ressaltado por representantes da Embrapa Clima Temperado e Emater é a necessidade da reativação de Centros Meteorológicos Estaduais, para controle diuturno do clima, uma vez que muitos foram desativados por falta de verbas e de recursos humanos. O Fórum de Mudanças Climáticas manterá reunião bimensais.
(Governo do Rio Grande do Sul, 27/03/2008)