Não há dados oficiais e atuais sobre a ocupação e exploração do cerrado do Piauí no Ministério do Meio Ambiente. Nem mesmo ações estão previstas a curto prazo para que o Governo Federal passe a conhecer com mais profundidade a região. O que se sabe está num levantamento com a utilização de imagens de satélite realizado pela Embrapa em 2002, conhecido como relatório Probio.
Segundo o documento, 91% do cerrado piauiense estão no estado original. A vegetação ocupa cerca de 40% do território do Estado, por volta de dez milhões de hectares. Ambientalistas têm polemizado com empresas produtoras de soja, em particular a Bunge, instalada em Uruçuí, sobre a forma e o tamanho da exploração do solo do cerrado.
Eduardo Oliveira, do Núcleo dos Biomas Cerrado e Pantanal, da Secretaria de Biodiversidades e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, admite a ausência de ações específicas no Piauí, mas afirma que o ministério definirá, em parceria com o Instituto Chico Mendes, áreas de estudo para a criação de unidades de conservação “naquele bioma”.
“Quanto se a situação continua inalterada (em relação a 2002), não temos nenhuma informação oficial até o momento, mas é algo que pretendemos descobrir com esses estudos”, diz Eduardo Oliveira, entrevistado por e-mail. O Acessepiauí não conseguiu obter informações atualizadas sobre o cerrado no Instituto Chico Mendes.
Por recomendação do Ministério do Meio Ambiente, foi procurado para transmitir mais informações o coordenador do Núcleo de Referência em Ciências Ambientais do Trópico Ecotonal do Nordeste, da Universidade Federal do Piauí, José de Ribamar de Sousa Rocha. A ele, por e-mail, foi dirigida a seguinte pergunta, ainda não respondida (também não atendeu telefonema):
— Consta em relatório da Embrapa que apenas 9% do cerrado piauiense foram retirados. Gostaria de saber se há alguma ação específica para a área e se a situação permanece inalterada.
(Portal Acesse Piauí, 27/03/2008)