Fiscais do Ibama que atuam na barreira do posto em Vilhena, estado de Rondônia, contam com uma poderosa ferramenta no combate ao desmatamento da Amazônia. Eles estão sendo treinados na identificação das essências florestais madeiráveis por meio da anatomia da madeira. A capacitação facilita a detecção de tentativas de fraude no transporte da madeira vinda do interior do estado, Oeste do MT, Sul do AM e do AC que converge para a BR 364 e passa obrigatoriamente no posto do Ibama em Vilhena.
Segundo o chefe do setor de fiscalização da Gerência Executiva de Ji-Paraná e instrutor do Curso de Introdução a Identificação Anatômica de Madeiras, Felipe Guimarães, os resultados da aplicação dos conhecimentos adquiridos já são evidentes. “Infratores tentam vender gato por lebre - mogno por cedro, tamarindo por jatobá, mandiocão por angelim, entre outros. Na barreira em Vilhena, recentemente, apreenderam castanheira que estava sendo transportada como jequitibá”, revela Felipe.
Para a Analista Ambiental Simone Ribeiro, do Escritório do Ibama em Pimenta Bueno, que participou da primeira turma formada no estado, a identificação correta das essências possibilita oferecer um trabalho de qualidade nas ações fiscalizatórias. “Depois do curso, as diferenças entre as essências autorizadas e as transportadas ficam evidentes. Os laudos técnicos não deixam dúvidas quanto à natureza do ilícito, facilitando o trabalho de todos, inclusive da Justiça”, avalia Simone.
Uma turma de 18 servidores, a maioria Analistas Ambientais do Ibama e do ICMBio, receberam o treinamento promovido pela Gerência de Ji-Paraná, Leste do estado de Rondônia, de 13 a 17 deste mês, no auditório da sede da Reserva Biológica do Jaru, num total de 40 horas. Os servidores são lotados na Gerência Ji-Paraná, Superintendência de Rondônia, em Porto Velho, e nos Escritórios de Ariquemes, Costa Marques, Pimenta Bueno, e na Rebio Jaru. A proposta é realizar mais uma edição do curso nos próximos meses para capacitar mais 20 servidores da região. Felipe Guimarães está preparando um novo curso para fiscais de Santa Catarina, um dos pólos consumidores da madeira amazônica.
Multiplicadores – O instrutor da turma de Ji-Paraná, Felipe Guimarães, recebeu um treinamento de 140 horas do Laboratório de Produtos Florestais (LPF), na época pertencente ao Ibama e agora do Serviço Florestal Brasileiro, em 2006-2007, junto com 23 Analistas ambientais de todo o país. De Rondônia, foram quatro. Durante o curso, cada participante montou um mostruário padrão de espécies florestais típicas da região onde atua. Esses multiplicadores agora já estão ministrando aulas com o acompanhamento do LPF. O laboratório auxiliou na produção das amostras, material didático e equipamentos. Cada participante recebeu um kit com amostras de madeira de 42 espécies. A coordenadora do setor de anatomia de madeira do LPF, Vera Coradin, explica que, para um melhor aproveitamento do curso de 40 horas, a prática deve ser contínua sob a supervisão do instrutor”.
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Ibama, 27/03/2008)