A Suzano Papel e Celulose planeja para este ano investimentos maiores do que os de 2007 na produção florestal. Os gastos da companhia da família Feffer com formação de florestas deverão ficar em cerca de R$ 170 milhões em 2008, ante os R$ 114 milhões do ano passado. As aplicações em pesquisa e desenvolvimento também aumentarão de R$ 7 milhões para R$ 11 milhões, excluídos os investimentos em parcerias com, por exemplo, centros de pesquisas, segundo informou o diretor da unidade de negócios florestais, João Comério.
O desafio não é mais só aumentar a tonelada de madeira por hectare - índice no qual o Brasil se destaca - e sim a quantidade de celulose por hectare com a produção de clones com maior densidade, disse o executivo, que assumiu o cargo há sete meses. Atualmente, para se produzir uma tonelada de celulose são necessárias 4,2 metros cúbicos de madeira, o que torna a questão logística um ponto importante no processo produtivo.
Nova fábrica
A Suzano já anunciou a intenção de construir uma nova fábrica de celulose com capacidade inicial para 1,3 milhão de toneladas por ano, mas precisa de estrutura para o dobro desse volume para garantir futuras expansões. Um dos principais desafios para bater o martelo sobre o investimento é a questão de infra-estrutura. Comério disse que a nova produção precisaria estar a, no máximo, 100 quilômetros das florestas.
Mas a distância poderia ser o dobro, ou seja, de aproximadamente 200 quilômetros caso o local seja abastecido por via férrea, avaliou o executivo da Suzano.
Investimentos
Os investimentos em base florestal deste ano contemplam o plantio de 42 mil hectares próprios e 15 mil de fomento. No total, a Suzano conta atualmente com 520 mil hectares de terras, 230 mil plantadas, 180 de áreas preservadas. Além disso, são 60 mil hectares de fomento na Bahia e em Minas e outros 25 mil em São Paulo. No total a companhia tem hoje 2 mil contratos de fomento, informou Comério.
Os números projetados para este ano não contemplam futuras ampliações de produção.
Um investimento em formação de florestas para abastecer a nova produção poderia chegar a R$ 400 milhões, desconsiderando compra de terras, considerou o diretor da Suzano, mas a companhia deverá contar com parte de fomento. O objetivo da empresa é que o fomento responda por 25% do total consumido, hoje esta participação está na casa dos 20%;no ano passado foi 12%.
Produtividade
A companhia também avança significativamente na produtividade média de madeira por hectare. Em 2001 era de 36 metros cúbicos e no ano passado foi de 45,4 metros cúbicos. Em alguns locais, como em São Paulo, chegou a atingir 49 metros cúbicos já em 2007. Este ano a previsão é que a média fique em 47.
Atualmente, disse Comério, o país que mais se aproxima do Brasil em termos de produtividade é o Chile, com entre 28 e 30 metros cúbicos por hectare.
O Brasil, afirmou o executivo da Suzano, reúne condições importantes como extensões razoáveis de terra, tecnologia e competência técnica.
No ano passado, a Suzano obteve um recorde histórico com a produção de 40 milhões de mudas. Segundo a empresa, a produção de madeira também atingiu níveis nunca antes alcançados: 10 milhões de metros cúbicos.
(Gazeta Mercantil, 26/03/2008)