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arborização urbana
2008-03-27

Para atender a demanda das indústrias processadoras de madeira, tais como de papel e celulose e siderurgia, a área plantada com florestas no Brasil deve crescer 31,5% dos atuais 5,7 milhões de hectares para 7,5 milhões de hectares. A expectativa do setor é que estados do Norte e do Centro-Oeste dêem suporte a esse crescimento. "Vai ocorrer a consolidação de pólos já existentes, como em Minas Gerais, e também a migração para regiões novas", diz Rubens Garlipp, superintendente da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS).

Mato Grosso do Sul é um dos estados onde o cultivo de florestas está sendo retomado. Na década de 70, auge da atividade no estado, a área chegou a atingir 500 mil hectares, caiu para 100 mil e há três anos vem sendo retomada. A Associação Sul Mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore) estima que atualmente essa área já esteja em 270 mil hectares. "Quando o governo concedeu incentivos fiscais para o cultivo de florestas, na década de 70, a área cresceu, mas não houve apoio para trazer indústrias para a região. Agora, elas voltaram a se instalar. Em 2009 teremos uma fábrica de papel e celulose do Grupo Votorantim e da International Paper do Brasil", conta Luiz Calvo Ramires Júnior, presidente da Reflore.

Ele explica que a retomada da vocação sul mato-grossense para a atividade está relacionada com os altos custos da terra no Sudeste e o melhor aproveitamento das propriedades em Mato Grosso do Sul. Como as áreas disponíveis são maiores, as empresas de reflorestamento têm ganhos de escala que podem variar de 10% a 15% na comparação com cultivos em áreas menores.

A retomada da silvicultura em Mato Grosso do Sul está ocorrendo no eixo da BR-262 entre Três Lagoas, Campo Grande até Aquidauana. "Essa região é ocupada por pecuária e há áreas degradadas, o que torna atrativa a silvipastoril, consorciando a pecuária com o cultivo de florestas", diz Ramires. Além de três siderúrgicas - uma da MMX Mineração e Metálicos S.A e duas da Vetorial Siderurgia, - além do projeto de papel e celulose da Votorantim, estão em estudo, segundo Ramires, projetos de construção de indústrias de chapas de madeira, ainda de serrarias e de compensados.

Para atender essa demanda futura, Ramires acredita que a atual área cultivada com florestas em Mato Grosso do Sul tem que sair dos 270 mil hectares para 500 mil hectares nos próximos sete anos. Também diretor da Ramires Reflorestamento, o executivo diz que os maiores investimentos que o grupo fará este ano será em Mato Grosso do Sul. "Temos áreas em Minas Gerais e no Maranhão. Mas este ano, dos R$ 21 milhões que investiremos nos três estados, 17 milhões serão em Mato Grosso do Sul", detalha Ramires.

O projeto é ampliar este ano a área atual de 9 mil hectares para 14,9 mil hectares. "Não imaginávamos retomada tão rápida aqui. Por isso, direcionamos a maior parte dos recursos para este estado". Em Minas Gerais, o grupo tem 6 mil hectares cutlivados e, ao final de 2009, mais 2 mil hectares vão ser acrescidos. "Minas tem um parque siderúrgico muito grande e ainda é muito compensatório investir lá. Pretendemos em 2010 procurar novas áreas para compra", diz Ramires.

A empresa atua no Maranhão desde 1986 onde possui 8 mil hectares. "Estamos pesquisando novas variedades para reformar a área a partir de 2009". Atualmente, as regiões Sul e Sudeste detêm 80% da área de florestas plantadas do País. Estima-se que em 2005 o consumo Da produção dos 5,7 milhões de hectares cultivados no País (dos quais 5,3 milhões com eucalipto e pinus) a indústria de celulose consome 30%, a de carvão, 22%, a de serraria (19%) e o restante se divide entre a de painéis constituídos e de compensados.
 
(Gazeta Mercantil, 26/03/2008)


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