Projeto arquitetônico de Niemeyer representa 6% do valor da obra com inauguração prevista para 2010
Um novo centro administrativo para abrigar a diretoria brasileira da hidrelétrica de Itaipu será construído em Foz do Iguaçu (PR), ao valor de R$ 82 milhões. O projeto arquitetônico, de estilo futurista, é de Oscar Niemeyer e pretende reunir todas as diretorias da usina, espalhadas hoje por três diferentes pontos da cidade.
O novo centro, com inauguração prevista para 2010, ficará a cerca de 1.500 metros da barragem, em terreno na margem esquerda. Pelo projeto, o escritório de arquitetura de Niemeyer levou R$ 4,7 milhões (5,8% do valor total da obra). Com 43 mil metros quadrados, ele será composto de dois edifícios de concreto armado separados por uma lâmina d'água e interligados por uma passarela.
A construção maior será em forma de "s", e a menor terá o formato de uma rampa. No meio, haverá uma torre de cem metros de altura com vista panorâmica e restaurante.
A direção de Itaipu diz que o futuro complexo será integrado ao roteiro turístico da cidade, composto pela própria usina, o lago da hidrelétrica e o Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as cataratas.
A justificativa para o gasto é que as atuais instalações estão saturadas. Todas são oriundas dos abrigos improvisados dos anos 70, erguidos na época da construção da hidrelétrica.
Os edifícios originais foram usados para receber trabalhadores, engenheiros e os primeiros diretores. Quando a construção da usina terminou, decidiu-se transformar os abrigos em setores da administração.
Segundo a assessoria de comunicação social de Itaipu, mesmo com as correções feitas, as instalações nunca perderam seu aspecto de improvisação.
Na parte interna, as edificações continuam com paredes de madeira compensada para separar as repartições, têm cobertura de Eternit, que concentra muito calor, além de funcionar com sistemas elétricos e hidráulicos antigos. Funcionários chegam a percorrer cerca de 30 quilômetros pela cidade de Foz do Iguaçu para realizar um serviço ou uma reunião.
Os prédios são sustentados por estruturas de ferro no lugar de colunas e vigas de concreto. O projeto de R$ 82 milhões, segundo a assessoria da hidrelétrica, também vai se reverter em economia para os cofres da usina ao limitar os deslocamentos de veículos oficiais para transporte de servidores.
Estima-se que o novo edifício, onde irão trabalhar cerca de 800 pessoas, poderá ser pago em 16 anos com a economia em manutenção. A construção deve gerar 500 empregos.
O processo de construção do novo centro administrativo está em fase de licitação para a escolha da empresa que irá comandar a construção. A previsão é que a empresa seja conhecida em maio e assine a ordem de início dos serviços até o final de junho. O prazo de conclusão da obra é de 18 meses.
(Dimitri do Valle, Folha de São Paulo, 27/03/2008)