Contrato sobre refinaria em Pernambuco ainda não define como será a sociedade.
A Petrobras anunciou uma redução na sua participação no empreendimento conjunto com a estatal venezuelana PDVSA para exploração de petróleo no campo de Carabobo 1, na Faixa do Orinoco.
De acordo com uma nota divulgada nesta quarta-feira, durante visita do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Brasil, a Petrobras terá no máximo 10% no projeto, e não mais 40% como foi anunciado anteriormente. A PDVSA terá 60%, e os restantes 30% serão decididos por meio de licitação.
O empreendimento de Carabobo é a contrapartida à refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, que também deverá ser de propriedade conjunta das duas petroleiras, numa proporção de 60% da Petrobras e 40% da PDVSA.
Depois de se reunir por mais de duas horas com Chávez no palácio do governo de Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu às 20h30 que os dois não falariam com a imprensa nesta quarta-feira à noite, como previsto, e marcaram uma entrevista coletiva para a manhã desta quinta-feira.
Canteiro de obras
Lula e Chávez visitaram o canteiro de obras da refinaria, que ainda está em fase de terraplanagem do terreno e sendo tocada apenas pela Petrobras.
A refinaria tem custo estimado em US$ 4,05 bilhões e capacidade para processar 200 mil barris de petróleo pesado por dia, que deverá ser fornecido em partes iguais pela Venezuela e pelo Brasil. Deve entrar em operação em 2010.
Ainda não está definido como será a distribuição dos derivados produzidos na refinaria. A Petrobras resiste a ceder à PDVSA o direito de vender esses produtos no mercado brasileiro.
Os dois assinaram apenas um "contrato de associação definindo as normas gerais para a sociedade na empresa que será proprietária da refinaria Abreu e Lima", mas os termos deste contrato foram mantidos em sigilo. Segundo a Petrobras, obedecendo acordo de confidencialidade.
Integrantes do governo dizem que o acordo para efetivação da sociedade na refinaria já foi todo definido na reunião entre os dois presidentes, e que eles só adiaram a entrevista para o dia seguinte por causa do horário. Em seguida, assistiram a uma apresentação de grupos de frevo e maracatu e teriam um jantar no palácio.
Ministros também assinaram outros sete acordos nas áreas de educação, cooperação agrícola e industrial.
(G1, 26/03/2008)