Mesmo com a aprovação do governo federal, em fevereiro, para o plantio e a venda do milho transgênico da Bayer no Brasil, a semente não chegará ao produtor neste ano.Liberado pelo Conselho Nacional de Biossegurança, depois de quase uma década, o grão depende de registro no Ministério da Agricultura e, posteriormente, de um parceiro que produza as sementes para colocá-las no mercado. A estimativa é de que esteja disponível em dois anos.
Segundo o diretor de operações Brasil da Bayer CropScience, que abrange a área do agronegócio, Gerhard Bohne, a empresa espera receber em 2008 a aprovação para o algodão transgênico e, no próximo ano, a do arroz. As decisões são importantes para a companhia, que tem no agronegócio 43% do faturamento no país, segundo dados divulgados ontem, em São Paulo.
Da receita de R$ 3,3 bilhões alcançada pelo grupo no Brasil em 2007, R$ 1,4 bilhão foram do campo. É a recuperação do setor primário que deve permitir à Bayer sair do vermelho neste ano. O resultado de 2007, apesar de comemorado, teve prejuízo de R$ 70 milhões. Ainda assim, foi 40% melhor do que o alcançado no exercício anterior.
Para 2008, a estimativa é aplicar mais de R$ 100 milhões no Brasil, ante R$ 65 milhões em 2007.
Para a fábrica gaúcha da Bayer, localizada em Porto Alegre, o investimento pode chegar a cerca de R$ 2 milhões neste ano. A Capital detém a única unidade do grupo no mundo para a fabricação de vacinas contra a febre aftosa. A intenção é ampliar a produção anual de 130 milhões de doses para 150 milhões e expandir as exportações, hoje limitadas à Bolívia e ao Paraguai.
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Zero Hora, 27/03/2008)