Diante das taxas de crescimento do país e do conseqüente incremento da demanda por energia elétrica, torna-se imperiosa a busca de alternativas que garantam tranqüilidade aos brasileiros. Para garantir energia que sustente o crescimento anual do PIB de 4% a 5%, o país necessita de um acréscimo de oferta equivalente a isso ou pouco mais: algo como 1% além do PIB. Isso para manter um risco de não-atendimento inferior a 5%, o que é ideal quando se trata de um insumo tão importante para o crescimento econômico. Infelizmente, não estamos no nível ideal de risco. A situação é bem pior. Algumas projeções indicam que é preciso produzir no mínimo 4 mil MW a mais por ano - o equivalente a uma Itaipu a cada triênio. Sob a ótica do desenvolvimento sustentável, as Pequenas Centrais Hidrelétricas, embora sozinhas não resolvam o problema (seriam necessárias 150 novas PCHs de 30 MW por ano para atender ao crescimento da demanda), se destacam como alternativas de geração limpa e implantação rápida. São projetos de baixo impacto ambiental, menor volume de investimentos, simplicidade na concepção e operação, custo de transmissão reduzido, prazo de conclusão mais curto e maior facilidade na liberação de licenças ambientais. Os reservatórios têm, em geral, menos de 3 km2 de área inundada, o que reduz os impactos.
O Brasil, que produz mais de 80% da energia elétrica a partir da geração hidráulica, deverá desenvolver cada vez mais esse potencial por meio das PCHs. Os empreendimentos desse tipo em construção no país totalizam 1.132 MW e a tendência é que se expandam ainda mais. Segundo dados da Aneel, a potência das PCHs em operação no Brasil é de cerca de 1.877 MW, da ordem de 2% do parque gerador.
(Por José Antunes Sobrinho, Vice-presidente da Engevix,
Diário Catarinense, 26/03/2008)