Os seres humanos, os patos e os arrozais, muito mais do que os frangos, figuram entre os principais vetores de transmissão da gripe das aves, segundo as últimas descobertas científicas divulgadas nesta quarta-feira (26/03) pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Segundo os especialistas da FAO, com base nas pesquisas de centros associados, o número de patos e pessoas e o tamanho dos arrozais são os fatores mais significativos para a propagação do vírus. Os pesquisadores se baseiam principalmente nos dados de diversas ondas de gripe aviária altamente patogênica ocorridas na Tailândia e no Vietnã, entre o início de 2004 e o final de 2005.
As pesquisas foram possíveis graças ao uso de mapas feitos por satélites do cultivo de arrozais levando em conta o tempo, a intensidade do cultivo e os lugares de criação de patos. "A intercessão entre esses dados, junto com a cronologia dos surtos da doença, ajudou os cientistas a assinalar com exatidão as situações críticas no momento em que o risco do vírus H5N1 era maior", afirma a FAO.
"Sabemos agora muito melhor onde e como esperar a aparição do vírus H5N1, e isso nos ajuda a organizar a prevenção e sua luta", anunciou a FAO. A entidade estima que aproximadamente 90% dos 1,044 bilhão de patos domésticos do mundo se encontram na Ásia.
Na China e no Vietnã se concentram a maior parte dessas aves, com 775 milhões, cerca de 75%. Na Tailândia, há 11 milhões de patos. A FAO propôs intervenções baseadas no conhecimento dos lugares de risco e os calendários locais de cultivo de arroz e criação de patos, com o objetivo de orientar a luta contra a doença e evitar vacinações em massa indiscriminadas.
(Yahoo Brasil, Ambiente Brasil, 27/03/2008)