A experiência adotada em Porto Alegre com o uso de tinta antipichação em viadutos poderá ser aplicada em países da Europa. O projeto piloto ocorrerá na Itália, onde a utilização do material em monumentos históricos depende ainda de laudo oficial para a liberação do produto, fabricado por uma empresa paulista. Ontem, empresários italianos visitaram Porto Alegre para ver de perto o trabalho realizado. Outro país que poderá passar a utilizar o produto será a Suíça, onde os testes vêm acontecendo há seis meses.
Os empresários estiveram no Viaduto Dom Pedro I, no entroncamento das avenidas Borges de Medeiros e José de Alencar, um dos quatro a receber a tinta antipichação. Nos monumentos históricos italianos seria aplicado verniz, com as mesmas propriedades que facilitam a remoção das pichações. O produto poderá ser adotado também pelo Vaticano. 'Essa pode ser uma solução especial diante do grande número de bens culturais existentes na Itália e do problema do vandalismo', disse o empresário italiano Vittorio Ceccarini.
Na Suíça, a aplicação da tinta abrangerá a construção civil e o poder público. Antes da escolha do produto brasileiro foi realizado levantamento com 40 tintas de características semelhantes e testes com seis delas, segundo o empresário brasileiro Fabiano de Oliveira, que atua na área da construção civil em Genebra.
O proprietário da empresa fornecedora da tinta antipichação usada em Porto Alegre, Hildebrando Lucas, disse que está em trâmite processo de exportação do produto para a Europa. Na segunda-feira, os empresários visitaram o município de São José dos Campos, no interior paulista, onde também ocorre a aplicação do produto.
Até o final do ano, mais oito viadutos da Capital receberão a tinta, conforme o supervisor de Operações do DMLU, Adelino Lopes Neto. Além do Dom Pedro I, passaram pelo processo os viadutos Tiradentes, na avenida Silva Só, Loureiro da Silva (conhecido como Viaduto da Santa Casa), na Salgado Filho, e Açorianos, na Borges de Medeiros. O projeto de revitalização, que teve início no ano passado, prevê ação em 12 estruturas, com investimento de R$ 815 mil. Atualmente, o trabalho acontece no Túnel da Conceição.
(Correio do Povo, 26/03/2008)