Emendas ao Plano Diretor foram votadas ontem à noite no município
A polêmica emenda número 7 do Plano Diretor de Xangri-lá, que permitiria a construção de prédios de até 12 andares em dois terrenos da Avenida Paraguassu, foi derrubada ontem à noite, por seis votos contrários e dois favoráveis.
Mas em outra emenda do projeto, que começou a ser elaborado em 2006, os parlamentares aprovaram a construção de edifícios residenciais e comerciais com até sete pavimentos.
Ofuscada pela polêmica causada pela proposta de 12 andares, a emenda que autoriza os sete pavimentos foi aprovada sem protestos entre os presentes - na maioria, moradores do município e representantes de construtoras. Não havia muitos veranistas na sessão.
Distribuídas em 21 metros de altura, as construções poderão estar nas principais vias, como a Avenida Paraguassu, mas não na beira-mar do balneário do litoral norte do Estado. Atualmente, os prédios da Paraguassu têm até quatro andares em Xangri-lá.
A votação começou às 19h e durou duas horas e meia, movimentando a comunidade local. O Salão Paroquial Xangri-lá acomodou cerca de 90 pessoas. O local foi improvisado como casa do Legislativo enquanto a sede da Câmara Municipal está em obras.
A emenda número 7 tinha autoria do vereador Gilberto Tarasconi (PTB). Ele propôs que os dois únicos terrenos baldios da Paraguassu com 400 metros de fundo pudessem ter edifícios de até 12 pavimentos. As duas áreas são próximas aos condomínios residenciais Las Dunas e Villas Resort. A justificativa do parlamentar era fomentar ainda mais o mercado de empreendimentos imobiliários, que, segundo ele, faz girar até R$ 100 milhões anuais no município:
- A idéia era permitir que as pessoas viessem para cá em todos os meses do ano, porque teriam mais seguranças nos prédios. Mas essa proposta provocou um rolo. Xangri-lá não perde, mas deixa de ganhar (com a derrubada da emenda 7), porque o município está vazio e nós precisamos trazer mais gente.
Veranistas e moradores se mobilizaram em janeiro
A proposição causou polêmica entre veranistas e moradores, que protestaram contra a idéia em audiência pública em fim de janeiro. Os representantes dos condomínios horizontais também compareceram à votação de ontem para se manifestar contra a proposta.
- Não existe rede de esgoto para fazer esse tipo de empreendimento. E Xangri-lá se notabilizou por ser uma praia de condomínios residenciais. Quem quer prédios que vá para Torres ou Capão da Canoa - argumenta o presidente do conselho do Villas Resort, Juarez Meneghetti.
(Por Herculano Barreto Filho, Zero Hora, 26/03/2008)