Mais de 40 ocorrências para a remoção de enxames de abelhas em áreas residenciais ou dentro de casa, foram registradas no Corpo de Bombeiros do início de fevereiro até a última segunda-feira em Pelotas. A maioria, entretanto, é de casos que poderiam ser atendidos por apicultores que fazem a retirada de maneira correta, ao contrário dos bombeiros, que apenas exterminam os insetos, esclarece o subcomandante Jacsom Roberto Ferreira Vieira.
O militar lembra que nem todos os tipos de pedidos podem ser atendidos pela unidade. Neste caso específico, a prioridade se dá em duas situações consideradas emergenciais: quando há risco de perigo iminente ou quando os insetos atacam pessoas ou animais. O primeiro procedimento do Corpo de Bombeiros ao receber o pedido de socorro é orientar o cidadão a procurar o apicultor (caso sejam descartadas as duas situações de risco). “Eles também cobram mas fazem a retirada de forma correta. Nós exterminamos”, afirma Vieira.
Quando não se detecta, por telefone, o quadro real da situação é marcada a vistoria e o solicitante é orientado a adquirir o veneno recomendado. Se mesmo assim os bombeiros tiverem de agir para retirar o enxame quando não há risco é cobrada uma taxa de R$ 87,48 (valor estipulado por lei). Vieira reforça que em casos de entidades assistenciais, sem fins lucrativos, ou prédios públicos, a lei permite que não seja cobrado.
Recomendações
De acordo com o médico veterinário e apicultor Válter Azambuja, é perfeitamente normal nesta época do ano as abelhas aparecerem. Trata-se de um processo natural que se dá por várias razões, como forma de manutenção da espécie. É o momento de elas se reproduzirem e se dividirem, explica. Em geral, o inseto procura locais a mais de dois metros e meio de altura, próximos a telhados, por exemplo, e se aglomeram para manter a temperatura, sendo que as mais velhas se juntam pelo lado de fora.
Azambuja recomenda que não jogue pedras, areia ou qualquer tipo de objeto em direção ao enxame ou às colméias. O ideal, segundo ele, é contatar um apicultor que fará a retirada da maneira correta, sem oferecer riscos à população e sem precisar exterminar os insetos.
Defesa
A picada é a forma que a abelha tem de se defender quando é provocada de alguma forma, em geral, pelo ser humano. Ao agir desta forma ela deixa o ferrão na pele da pessoa e, neste momento, o abdômen do inseto se rompe, fazendo com que o veneno também se aloje no corpo humano.
É por este motivo que o apicultor alerta, principalmente às pessoas alérgicas, para que ajam de maneira correta. O primeiro passo é retirar o ferrão com uma pinça ou raspar a região para que ele saia. Em seguida deve ser colocado gelo para diminuir a dissipação do veneno.
O próximo passo, em especial no caso dos alérgicos, é procurar imediatamente orientação médica, pois há casos em que dependendo do local da ferroada a ação do veneno é muito rápida e pode agir em até 30 minutos. “As pessoas não devem se automedicar”, frisa Azambuja. O apicultor também orienta que ao perceber a presença de abelhas em casa as pessoas mantenham as janelas e portas fechadas e evitem manter guardado material derivado de petróleo, um dos grandes atrativos para o inseto.
(Por Ivelise Alves Nunes, Diário Popular, 26/03/2008)