Um ministro trabalhista defende a expansão da indústria nuclear britânica, o que, em sua opinião, criaria 100.000 novos postos de trabalho no país e beneficiaria a economia local. Em discurso que antecipa hoje o diário "The Guardian", John Hutton, ministro para as Empresas, se declara partidário de que a indústria nuclear não se limite a substituir os 23 reatores existentes quando cheguem ao limite de sua vida útil.
Esses reatores fornecem atualmente 23% da energia nuclear do Reino Unido, mas Hutton considera que a indústria nuclear deveria fornecer no futuro uma proporção muito maior das necessidades energéticas britânicas, e este país deveria liderar o desenvolvimento da tecnologia atômica.
O discurso de Hutton acontece pouco antes do previsto anúncio de França e Reino Unido de uma futura cooperação bilateral nesse campo. Está previsto que o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, cheguem nesta quinta-feira em Londres a um acordo para a construção de uma nova geração de centrais atômicas e a exportação conjunta de tecnologia nuclear.
O Governo trabalhista anunciou em janeiro que aprovava a construção de uma nova geração de usinas nucleares assim como uma série de medidas destinadas a atrair o apoio de investidores do setor privado.
O anúncio gerou uma forte polêmica em parte pela preocupação existente no Reino Unido sobre o que fazer com os resíduos nucleares. Hutton pronunciará o discurso antecipado pelo jornal ainda nesta quarta-feira, na sede do maior sindicato deste país, o Unite, que conta com 26.000 filiados no setor energético.
(EFE, Ultimo Segundo, 25/03/2008)