Os tubarões podem ser usados para prever tempestades, sugere uma pesquisa feita por uma bióloga britânica. Lauren Smith, de apenas 24 anos, está perto de concluir o doutorado, em que investiga a sensibilidade dos tubarões à pressão atmosférica. Se as pesquisas de Smith confirmarem o que a sua teoria diz, os cientistas poderão, no futuro, monitorar o comportamento dos tubarões para antecipar a chegada do mau tempo.
Parte das pesquisas foi realizada em uma câmara de altitude no Centro Hiperbárico Nacional em Aberdeen, na Escócia, e revelou que os tubarões sentem pequenas mudanças na pressão atmosférica - um sinal de tempestade iminente - e procuram segurança nas profundezas do oceano. As mudanças de pressão dentro da câmara imitaram as alterações de pressão verificadas dentro e fora do oceano diante de frentes frias e massas de ar quente.
Outra parte do estudo monitorou o movimento de tubarões selvagens com a ajuda de receptores acústicos e aparelhos de GPS (Global Positioning System) na Estação de Campo Biológica de Bimini, nas Bahamas.
Furacão
A sensibilidade dos tubarões a mudanças de pressão foi descoberta em 2001, quando os animais fugiram das águas mais rasas assim que o furacão Gabrielle começou a se aproximar da costa da Flórida. Observações feitas por especialistas mostraram que tubarões galha preta migraram para águas mais profundas conforme sentiam a aproximação do mau tempo.
A pesquisadora Lauren Smith explicou essas reações dizendo que o ouvido interno dos tubarões é semelhante ao dos humanos e sente mudanças na pressão. Nos animais, há um nervo que vai do ouvido até o cérebro levando as informações sobre a pressão atmosférica. Os tubarões usariam então esse mecanismo como um sistema de alerta sobre mudanças no tempo.
Acredita-se que o trabalho de Smith seja a primeira tentativa de testar a teoria da pressão. "Sempre gostei de viajar e mergulhar e isso despertou meu interesse por tubarões". "Foi ótimo poder explorar essa área para o meu doutorado, especialmente porque essa é a primeira vez em que a teoria é estudada com profundidade".
(BBC Brasil, 25/03/2008)