Na véspera da Páscoa, o secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Augustinho Pastore, saiu de Porto Velho e foi parar na barreira do Ibama montada no chamado Portal da Amazônia, em Vilhena, para reclamar das apreensões de madeira. Por vinte minutos, o secretário intimidou os fiscais do Ibama, conforme relatos prestados por eles na delegacia de Polícia Federal em Vilhena, onde registraram queixa.No depoimento à PF, os fiscais contaram que o secretário, assim que chegou por volta das 17h30, dirigiu-se a eles e, em voz alta, perguntou: “Cadê o Paraguassú (em referência ao gerente executivo do Ibama em Ji-Paraná/RO, Alberto Chaves Paraguassú)? Ouvi dizer que ele é homem bravo, e eu gosto de peitar gente assim!”. E, logo em seguida, o secretário que estava acompanhado por mais três pessoas deu um tapa na mesa.
Segundo os fiscais, o secretário ordenou que os servidores do Ibama parassem com a fiscalização que estavam realizando e liberassem todos os caminhões carregados de madeira já apreendidos. A ordem, de acordo com os fiscais, foi dada em tom “ameaçador e desrespeitador”.
Os servidores responderam que, se eles estivessem cometendo alguma ilegalidade, então, que o secretário determinasse aos policiais militares presentes que os prendessem. E acrescentaram que somente suspenderiam a fiscalização em caso de ordem superior do Ibama.
Na delegacia da PF, eles contaram que o secretário também reclamou que os fiscais estariam apreendendo todos os caminhões e se prendendo a “detalhes pequenos”. Um dos fiscais chegou a mostrar a Pastore uma guia florestal da Sedam autorizando o transporte de essência conhecida comercialmente como oitisica, mas, no entanto, a carga continha efetivamente angelim e cedro mara. Prova de irregularidade ambiental gravíssima. Por isso, a carga foi apreendida.
(Ibama, 25/03/2008)