Estudo sobre seres unicelulares que vivem em ambientes aquáticos será lançado na abertura do Fórum das Águas de Minas GeraisA pesquisa da bióloga Maria Beatriz Gomes e Souza, servidora licenciada do Sistema Estadual de Meio Ambiente – Sisema comprova que a ciência pode utilizar as “tecamebas”, seres unicelulares que vivem em ambientes aquáticos, como indicadores de saúde ambiental, pois permitem estudos paleontológicos e ecológicos que demonstram o estado atual e a evolução da biodiversidade no planeta. A proposta da pesquisa é aplicar esse conhecimento na recuperação e conservação da bacia do Rio São Francisco. O monitoramento das “tecas” poderá direcionar as ações de recuperação do rio.
O estudo foi feito ao longo da sub-bacia do rio Peruaçu, no Norte de Minas, área de ocorrência das “tecamebas”. A importância do trabalho reside no fato de que a presença destes organismos unicelulares é uma comprovação da qualidade das águas. Espécies raras de “tecamebas” e número elevado desses organismos aparecem somente em ecossistemas preservados. O trabalho de campo foi realizado entre 2003 e 2004 e durante os anos de 2005 e 2006 a pesquisadora se dedicou às análises laboratoriais das amostras coletadas na região.
O Guia das “Tecamebas” – Subsídio para Conservação e Monitoramento do Rio São Francisco, o resultado final da pesquisa, mostra por meio da presença dos seres unicelulares, considerando a quantidade de indivíduos e a diversidade de espécies, que os trechos do rio Peruaçu (afluente do Velho Chico), que cortam o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e o Parque Estadual Veredas do Peruaçu (que abriga as nascentes) se encontram preservados. O Guia será lançado na abertura do 7º Fórum das Águas de Minas Gerais, no dia 24 de março, segunda-feira, às 19h, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.
Em locais modificados pelo ser humano (intervenção antrópica), onde existem desvios do curso d’água para irrigação, criação de peixes, além de lançamento de dejetos in natura, entre outros impactos, o número de “tecamebas” e a diversidade de espécies são reduzidos. A pesquisa demonstrou que esse fato ocorreu na comunidade de Fabião, município de Januária.
A “tecametas”, também chamadas de “tecas”, têm parentesco com as amebas. Esses seres unicelulares constroem carapaças de elementos que capturam nas águas ou nos sedimentos.
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Ong AMDA / Secretaria de Comunicação do Estado MG, 24/03/2008)